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Estudo analisa a transformação que a advocacia empresarial brasileira vem sofrendo desde o início de 1990

Recente estudo elaborado pelo professor Clóvis Castelo Junior, mestre em Administração de Empresas pela EAES-FGV, mostra a realidade organizacional em transformação nos escritórios de advocacia empresarial.

Da Redação

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Atualizado em 23 de setembro de 2010 13:21


Estudo

Estudo analisa a transformação que a advocacia empresarial brasileira vem sofrendo desde o início de 1990

Recente estudo elaborado pelo professor Clóvis Castelo Junior, mestre em Administração de Empresas pela EAES-FGV, mostra a realidade organizacional em transformação nos escritórios de advocacia empresarial.

O trabalho intitulado "Contexto da advocacia pós-profissional : Impactos da Organização do Trabalho da Advocacia Empresarial sobre os Profissionais Atuantes nas Grandes Sociedades de Advogados de São Paulo" foi apresentado como dissertação de mestrado à EAESP-FGV.

O estudo evidencia a existência de contradições no ambiente de trabalho das sociedades, principalmente entre o discurso e ações modernizantes e as práticas e as mentalidades da advocacia tradicional.

De um lado tem-se as inovações em estruturas e práticas de trabalho semelhantes àquelas utilizadas em indústrias e consultorias de gestão. As quais foram introduzidas no sentido de dar um caráter mais "empresarial" e "organizado" à atividade jurídica.

De outro, constatou-se nestas organizações práticas ainda persistentes tais como informalidades em processos internos e de tomada de decisão em escritórios que podem ser vistos como "empresas".

O trabalho conclui que apesar dos esforços de "estruturar-se e agir como empresa" os escritórios brasileiros ainda guardam várias características da advocacia tradicional.

Contexto

Segundo o trabalho a advocacia empresarial brasileira passa desde o início dos anos 1990 por uma grande transformação, seja em termos do seu modo de realizar o trabalho, sua estrutura organizacional de estilo "empresarial" e mesmo seus valores tradicionais, o que a coloca em rota de colisão com a maioria da advocacia praticada no país (ainda ligada ao perfil de "profissional liberal" e autônomo de pequeno porte) e mesmo com aspectos da legislação atual que regula a prática da profissão.

Enquanto que esta advocacia de ponta se estrutura em grandes organizações com profissionais com alto nível de especialização e ligações internacionais e atende clientes empresariais de grande porte em projetos altamente complexos (como fusões e aquisições e operações de mercado financeiro, como IPOs ) e que consequentemente ganha muito dinheiro (dando origem ao fenômeno da multiplicação das "grandes sociedades" na última década), a advocacia tradicional concentra-se em pequenos escritórios que fazem o trabalho mais rotineiro atendendo majoritariamente pessoas físicas e pequenos negócios e encontra-se em crise.

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