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União civil

Resolução sobre casamento homoafetivo segue transformações da sociedade, diz JB

O ministro, que apresentou a proposta disse ainda que não cabe ao CNJ ficar indiferente às mudanças.

Da Redação

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Atualizado às 09:00

A resolução sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo aprovada ontem pelo CNJ segue as transformações da sociedade. A opinião é do presidente do STF e do CNJ, ministro JB, que apresentou proposta de norma para vencer as dificuldades enfrentadas por casais homossexuais nos cartórios brasileiros para formalizar a união estável ou convertê-la em casamento civil. Veja o vídeo do julgamento.

"Nossa sociedade passa por muitas transformações e não cabe ao CNJ ficar indiferente a elas", afirmou. Barbosa lembrou que uniões entre pessoas do mesmo sexo sempre existiram. "O que varia e tem variado é o olhar que cada sociedade lança sobre elas em cada momento da evolução civilizatória e em cada parte do mundo", disse.

Durante o julgamento, Barbosa destacou a gravidade dos casos de cartórios que se recusam a converter uniões estáveis entre homossexuais em casamentos civis, além de negar habilitação para esses casamentos, apesar do entendimento do Supremo.

"A competência do CNJ deve, portanto, ser exercida para disciplina nacional da questão, a fim de que compreensões pontuais - injustificáveis diante da natureza da questão colocada - infirmem a decisão já consolidada de inexistência de obstáculos à plena fruição do direito de constituição de família por pessoas do mesmo sexo", disse.

O ministro defendeu os valores do respeito à pluralidade e da diversidade para a sociedade atingir seu ideal de justiça, igualdade, liberdade e solidariedade. "Dar relevância às reivindicações de minorias, vítimas de opressão, exige que compreendamos a diversidade como o denominador comum de nossa humanidade", afirmou.

Ao citar o estudioso Paul Freund, segundo o qual os membros de uma Corte Suprema deveriam prestar atenção ao "clima de sua época e não ao tempo do dia ou do ano", invocou as demais instituições do sistema de Justiça a seguirem os progressos da sociedade. "Esse aviso não se aplica somente aos membros de tribunais constitucionais, mas, também, a todos os profissionais do Direito, responsáveis que são pelo progresso e aprimoramento de nossas instituições", disse.

Presente à sessão, o secretário-geral do Conselho Federal da OAB, Claudio Pereira de Souza Neto, manifestou "total apoio" à decisão do CNJ. Para ele aprovação é um "avanço civilizatório para o Brasil no sentido da realização dos principais valores de nossa Constituição: o da Igualdade, da Dignidade Humana e da Liberdade".

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