Marketing Jurídico

Muito trabalho e pouca mão-de-obra

Muito trabalho e pouca mão-de-obra.

22/11/2019

A amiga Fernanda Haven pergunta:

"Como lidar com o crescimento bagunçado do escritório, onde temos muito trabalho e pouca mão-de-obra?"

Fernanda, obrigado pela pergunta. Realmente este é um problema muito vívido e vivido pelos escritórios.

Vou colocar brevemente aqui dois cenários: um onde sabemos cobrar corretamente pelos nossos serviços e, portanto, o crescimento, mesmo que desordenado em uma fase inicial, pode facilmente ser acertado, pois à medida que o escritório está crescendo e com novos contratos entrando, nossa rentabilidade também está exponencialmente aumentando. Isso significa que, em breve palavras, quanto mais dinheiro está entrando, mais pessoal de qualidade podemos contratar para efetivamente dar conta de todos os projetos novos. É assim que os escritórios crescem. Se a rentabilidade de nossos novos contratos está adequada, a contratação de colaboradores e expansão do escritório deveria ser a prioridade para o crescimento efetivado com qualidade.

O segundo cenário é quando as cobranças financeiras não condizem com o tanto de trabalho que executamos e isso é um grande desastre para o escritório. Aí se inicia um processo que, quanto mais contratos conquistamos, mais trabalho temos, porém, ainda sem dinheiro para se investir em mão-de-obra para "escoar" o trabalho conquistado. Resultado: muito trabalho sobrando para uma única pessoa. Se você não sabe quanto custa sua hora (e isso impacta diretamente em como você cobra pelos seus serviços) está muito propenso a estar nesta segunda categoria de situação. Cuidado.

Então não se trata de crescer ou ter mais contratos, mas sim de ter crescimento com rentabilidade. Novos contratos só são bons se tem margem de lucro adequada. Ter um novo contrato só para ter mais trabalho - sem dinheiro atrelado - não faz sentido para mim.

Ainda existe um terceiro cenário que infelizmente já presenciei. Onde a rentabilidade em cima dos contratos está boa mas o sócio principal prefere colocar o dinheiro no próprio bolso ao invés de reinvestir no próprio escritório, criando assim um cenário com muito trabalho, pessoas sobrecarregadas e efetivamente, perda de qualidade, o que leva, certeiramente, à perda de clientes à longo prazo e ao declínio pontual da banca. Minha dica: aguarde para colocar o dinheiro no bolso quando seu quadro de pessoal estiver compatível com a demanda gerada pelo mercado e nunca antes.

Obviamente que para os dois cenários principais comentados muita coisa pode ser discutida e adaptada, mas como temos um espaço limitado nessa coluna, acredito que essa introdução ao assunto seja válida para seu questionamento.

Espero ter ajudado.

Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar.

Bom crescimento!

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Colunista

Alexandre Motta é consultor e sócio diretor do Grupo Inrise. Com formação e pós-graduação em marketing pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), atuou durante cinco anos em escritório jurídico como responsável pela área de desenvolvimento de negócios e comunicação com clientes. É palestrante oficializado pela OAB (tendo recebido inclusive a Medalha do Mérito Jurídico), escreve artigos de relevância para o mercado atual e é autor dos livros "Marketing Jurídico - Os Dois Lados da Moeda", "O Guia Definitivo do Marketing Jurídico" e "O Novo Marketing Jurídico". Apresenta também o programa de entrevistas Conversa Legal, focado na interatividade dos profissionais do setor jurídico. Desde 2002 mantém, através de sua consultoria, uma clientela de inúmeros escritórios jurídicos sob sua responsabilidade de atuação e crescimento em marketing ético.