Migalhas de Peso

Não quero viver para sempre, só quero ser imortal

Apesar do título do artigo parecer contraditório, ele não é.

7/3/2018

Pense, neste exato momento, em um jurista ou advogado que você admira e que teve impacto em sua vida, seja pessoalmente ou através de seu trabalho. Pensou? Essa personalidade é imortal. Os outros milhares de profissionais que você eventualmente cruzou em sua vida, mas que nem passaram em sua cabeça nesse momento, não o são. A verdade é que você pode morrer (assim como todos vamos eventualmente), mas se manter imortal na vida das pessoas (e não só da sua família) através do que você viveu e desbravou em seus dias ativos.

Vejo muitos advogados atualmente que só se interessam em fazer modestamente seu trabalho e não veem a hora de chegar sexta-feira para ir aproveitar o happy hour com os amigos. Não que isso seja ruim, o problema é quando o advogado faz só isso. Vejo advogados que não fazem nada para marcar seu nome e sua presença no mercado. Aparentemente o foco é sempre na reclamação, nunca na ação para mudar. Sei que a criação de um nome ou marca jurídica não acontece do dia pra noite e muitas vezes leva anos, mas a pergunta é: você já começou a trilhar esse caminho? O que você pode falar sobre si mesmo que, com certeza, geraria uma impressão positiva definitiva depois que você deixasse esse mundo? Se você tem dificuldade em responder essa pergunta, imagine o resto das pessoas.

Quero propor outro exercício rápido. Você se lembra daquela sensação de querer mudar o mundo quando estava na faculdade? Aquela vontade de usar o Direito para fazer as coisas da maneira certa e trazer justiça ao maior número de pessoas em sua vida? Tenho certeza que pelo menos uma vez na vida de qualquer advogado esse sentimento já o fez encher o peito e pensar que ele poderia representar algo, uma força para o bem no mundo. Onde está esse sentimento nos dias de hoje e o que você fez com ele?

Lembre-se agora dos grandes do Direito, como Rui Barbosa, Pontes de Miranda, Clóvis Beviláqua, Luís Gama, Heráclito Fontoura Sobral Pinto, Evandro Lins e Silva, apenas para citar alguns. Você acha que estas personalidades criaram seus nomes, respeitados e consagrados até hoje, sem muito estudo, luta, esforço e principalmente ação? Eles não ficaram apenas na teoria e efetivamente usaram seus conhecimentos para mudar a percepção das pessoas ao seu redor. Para eles, aquela paixão em mudar o mundo através do Direito se concretizou. E por que isso aconteceu? Simplesmente pelo fato de que o foco deles era fazer e não reclamar. O propósito foi maior do que as dificuldades (e tenham certeza que eram muitas) desses ilustres advogados.

Existe uma expressão americana que diz "go big or go home", que quer dizer, mais ou menos, "vá com tudo ou vá para casa". Essa seria a tradução livre. A minha tradução ficaria mais ou menos assim "se é para se fazer, faça no nível máximo, não seja medíocre".

Então, baseado no que falamos neste artigo, ficam aqui alguns pontos para o advogado moderno (muitos podem ser clichês, mas não deixam de ser verdadeiros):

Que vamos morrer um dia, isso é certo. Você escolherá como as pessoas vão lembrar-se de você. Você deixará sua marca como um lutador, aquela pessoa digna que saiu de cena lutando contra as intempéries do mundo e que criou, através de sua postura e trabalho, um alicerce e exemplo para futuras gerações ou aquele que tentou fugir da raia, correndo do trabalho para focar exclusivamente no lazer?

Você vai simplesmente morrer ou vai ser imortal? Você escolhe.

Bom crescimento!

__________________

*Alexandre Motta é consultor da Inrise Consultoria em Marketing Jurídico.

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