Vivemos em uma sociedade em que os estereótipos ainda moldam, de maneira injusta, a forma como percebemos e tratamos pessoas trans. Essas construções sociais não apenas distorcem a imagem da comunidade, mas também têm impacto direto na vida cotidiana, dificultando o acesso a direitos básicos, como educação, saúde e, especialmente, emprego.
A falta de visibilidade trans vai muito além de representatividade: é uma questão de sobrevivência. Muitas pessoas trans são forçadas a enfrentar barreiras estruturais apenas por existirem fora de um padrão imposto. Os estereótipos que frequentemente as associam a características negativas desumanizam e contribuem para uma exclusão sistêmica, apagando seus talentos, potenciais e histórias.
Esse cenário reflete diretamente no mercado de trabalho. Dados mostram que a taxa de desemprego entre pessoas trans é alarmante. Quando conseguem acesso ao trabalho, enfrentam preconceitos que tornam o ambiente muitas vezes hostil. E, para aquelas que não conseguem sequer uma chance de inserção, resta a luta diária por dignidade em um sistema que as ignora.
Promover visibilidade trans é combater estereótipos, mas também reconhecer a humanidade, a diversidade e a riqueza que a comunidade oferece. É urgente que possamos construir espaços que celebrem as pessoas trans como elas são, garantindo-lhes o respeito e as oportunidades que merecem.
Esse compromisso não é apenas uma questão de inclusão, mas de justiça. Precisamos ser agentes de mudança, rompendo preconceitos e abrindo caminhos para que a visibilidade trans seja acompanhada de equidade e dignidade. Nas palavras de Érika Hilton: "Já não cabe mais uma sociedade sem nós e que se construa nos excluindo."