Migalhas de Peso

Quatro lançamentos para repensar vida, família, coragem e finitude

Neste artigo, sugiro obras que abordam espiritualidade, educação, autenticidade e a relação humana com a mortalidade e revelam reflexões urgentes para o nosso tempo.

3/12/2025

Vivemos uma era marcada por transformações rápidas, urgências emocionais e uma busca incessante por propósito. É exatamente nesse cenário que chegam ao público quatro títulos que, cada um à sua maneira, dialogam com temas que atravessam nosso cotidiano - espiritualidade, educação familiar, autenticidade e a inevitável reflexão sobre a finitude. Não são apenas livros: são convites para uma revisão profunda do olhar que lançamos sobre nós mesmos e sobre o mundo.

A começar por “Café do Chico Não Costuma Faíá!”, de Juliano Pozati, encontramos um resgate sensível da sabedoria que há décadas inspira milhões de pessoas. O autor traduz a essência das mensagens atribuídas a Chico Xavier com leveza e clareza, oferecendo reflexões que se encaixam no cotidiano corrido de hoje. É como se abríssemos uma janela para a intuição - aquela que tantas vezes deixamos de ouvir.

Em seguida, Joel Jota, uma das vozes mais relevantes quando o assunto é alta performance e educação, desmonta um mito contemporâneo: o de que pais precisam ser “amigos” dos filhos. Em “Pai, Não Amigo”, ele traz uma defesa firme e atual da autoridade amorosa, equilibrando responsabilidade, afeto e limites. Num tempo em que famílias buscam desesperadamente coerência, o livro surge como um norte seguro para quem quer educar com verdade e não com concessões.

Já Ricardo Bellino chega com a irreverência que lhe é marca registrada. “Cagando e Andando” talvez seja o título mais provocador da temporada - e, justamente por isso, necessário. Bellino questiona máscaras sociais, expectativas irreais e o esgotamento emocional produzido pela obrigação de agradar. Ao defender a autenticidade radical, ele oferece uma espécie de libertação: a coragem de ser, simplesmente, quem se é. Sem pedir licença.

E para completar esse conjunto editorial tão plural, “Memento Mori”, de Joanna Ebenstein, apresenta um mergulho visual e histórico na forma como diferentes culturas enxergam a morte. Em uma sociedade que evita o tema, a autora faz o caminho oposto: transforma a finitude em estética, reflexão e memória. É um livro que nos lembra da importância de enxergar a vida pelo prisma da transitoriedade - algo que, paradoxalmente, nos devolve humanidade.

O que esses quatro lançamentos têm em comum? A disposição de provocar. Cada um, à sua maneira, nos convida a parar, pensar e talvez mudar. Não há superficialidade aqui: há profundidade, impacto e propósito. São obras que chegam para provocar conversas, inspirar mudanças e ampliar nossa compreensão sobre quem somos e o que buscamos.

Em tempos de distração permanente, livros que nos puxam de volta para nós mesmos são mais do que bem-vindos. São essenciais.

Alberto Maurício Danon
Jornalista e diretor da ADCom Comunicação Empresarial.

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