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Sérgio Arouca

Sérgio Arouca nasceu em Ribeirão Preto. Realizou seus estudos no Instituto de Educação Otoniel Mota e na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Estendeu seus estudos na UNICAMP para posteriormente prestar serviços na Nicarágua e na FIOCRUZ.

20/5/2004

 

Sérgio Arouca

 

Sérgio Roxo da Fonseca*

 

Recebi a visita de jornalista da FIOCRUZ – Fundação Oswaldo Cruz – que estava em busca de informações sobre o grande sanitarista Sérgio Arouca. Fui seu amigo.

 

A FIOCRUZ está homenageando os três principais médicos sanistaristas brasileiros, com uma biblioteca virtual e com a inauguração de seus bustos. Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Sérgio Arouca.

 

Sérgio Arouca nasceu em Ribeirão Preto. Realizou seus estudos no Instituto de Educação Otoniel Mota e na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Estendeu seus estudos na UNICAMP para posteriormente prestar serviços na Nicarágua e na FIOCRUZ.

 

Exerceu grande influência na redação dos preceitos constitucionais que disciplinam a saúde pública. Foi deputado federal e candidato a vice-presidente da República.

 

Passamos juntos pelas cadeiras do Otoniel Mota, o antigo Ginásio do Estado de Ribeirão Preto. O jornalista da FOICRUZ esteve comigo para colher informações sobre esta fase de sua vida.

 

Sérgio Arouca, em várias e históricas entrevistas, fez questão de assinalar que levou consigo a herança cultural recebida no Otoniel Mota. Numa delas destaca a sua passagem pelo Parlamento Estudantil, criação do Professor Lourenço, titular da cadeira de Latim.

 

O Professor Lourenço transformou o salão nobre do Ginásio num fórum de debates dos alunos que ali se reuniam aos sábados pela manhã, tal como estivessem num parlamento. O fórum chamava-se Parlamento Estudantil. Consigo lembrar dos nomes de alguns daqueles alunos: Sérgio Arouca, Feres Sabino, Procurador Geral do Estado, João Cunha, Deputado Federal, Rubens Ely de Oliveira e Sidney Aparecido de Oliveira, Juizes de Direito, Laudo Costa, professor de Medicina, Rui Flávio Chúfalo Guião e Fernando de Lima Horta, empresários. Discutíamos os temas debatidos no Congresso Nacional. Um deles, a extensão do voto aos analfabetos.

 

Revelei ainda que, aos quinze anos, mantínhamos uma sociedade secreta que se chamava CAL – Centro dos Amigos da Literatura. Cada um com uma cadeira e um patrono. O meu era Machado de Assis, do Arouca era Mário de Andrade e do Rubinho era Álvares de Azevedo.

 

Lembro-me da nossa passagem pelo Ginásio com um grande orgulho dos meus contemporâneos. Guardo uma desmedida admiração pelo Prof. Lourenço. E registro esses acontecimentos com confessada e incontida emoção.

 

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* Advogado, professor da UNESP e Procurador de Justiça de São Paulo, aposentado

 

 

 

 

 

 

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