Nos últimos tempos, escritórios de advocacia de todo o país estão sofrendo com a ação de criminosos que abordam seus clientes pelo Whatsapp pedindo pagamentos antecipados via Pix. Os criminosos usam fotos de perfil e documentos falsos para convencer os clientes a transferirem uma quantia para receberem os valores devidos em seus processos.
Em São Paulo, 49 casos já foram confirmados pela Secretaria de Segurança Pública e cerca de R$ 657 mil desvios identificados. Além disso, em Fortaleza/CE, quatro pessoas já foram presas por associação criminosa e estelionato.
O advogado Leonardo Amarante, sócio do escritório Leonardo Amarante Advogados Associados, avalia de que forma a quantidade de dados disponíveis na internet pode facilitar a abordagem dos criminosos.
"Os processos judiciais são públicos, mas os vazamentos de dados que aconteceram recentemente revelaram informações pessoais que antes seriam mais difíceis de serem compartilhadas."
Para evitar transtornos e, até mesmo, prejuízos financeiros, o advogado dá dicas de como se prevenir do golpe.
"A primeira atitude é avisar seus clientes e manter as páginas (site e redes sociais) atualizadas com os contatos oficiais do escritório."
Confira outras orientações importantes elencadas por Leonardo Amarante:
- Não utilize CPF como chave Pix; chave aleatória é a melhor pedida.
- Não forneça informações como senhas, dados de cartões e contas bancárias, número de documentos por telefone ou WhatsApp de empresas, instituições, escritórios de advocacia e desconhecidos. Verifique se o contato está sendo feito pelos telefones oficiais daquela instituição.
- Sempre que tratar com advogados novos, principalmente se atendimento for 100% virtual, verifique no site da OAB Federal se o profissional possui inscrição ativa.
- No caso de sociedade de advogados, antes de assinar qualquer contrato, sempre peça o CNPJ e cheque se está regular no site da Receita Federal. (Isso vale para qualquer tipo de serviço ou empresa que se esteja contratando, no caso de médicos peça o CRM e cheque no site oficial do Conselho Federal de Medicina).
- Não passe nenhum código para terceiros.
- Não compartilhe dados sensíveis por WhatsApp e se o fizer delete logo (o mesmo vale para fotos de documentos, cartão etc.). Opte por ligar para a pessoa para passar dados do tipo.
- Sempre desconfie de pedidos de transferência de valores. Não faça transações financeiras para contas bancárias que pareçam estranhas ou não sejam aquela que você costuma fazer para a pessoa. Na dúvida, ligue.
- Tribunais não efetuam e nem recebem pagamento mediante Pix.
- Não compartilhe arquivos sigilosos pelo WhatsApp ou afins.
- Não clique em links enviados por terceiros desconhecidos e nem links que pareçam suspeitos.
- Não forneça CPF ou nome completo para cadastros em lojas (físicas ou virtuais).
- No caso de roubo ou furto de documentos e/ou cartões de banco que tenham nome/outras informações faça registro de ocorrência (famoso “BO”) em delegacia ou online com urgência (mesmo depois de cancelar o cartão).