O MPF instaurou investigação preliminar para apurar a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília, instituição financeira pública vinculada ao governo do Distrito Federal. A operação, anunciada no mês passado, prevê a aquisição de 58% do capital total e 49% das ações ordinárias do Master por R$ 2 bilhões.
A apuração inicial, conduzida pela unidade do MPF no Distrito Federal, busca identificar possíveis indícios de irregularidades na negociação. Após essa fase preliminar, o procurador responsável decidirá se dará prosseguimento à investigação ou se arquivará o caso.
Além do MPF, a transação também está na mira do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e do Ministério Público de Contas do Distrito Federal. O MP/DF instaurou um inquérito civil que será analisado pela Prodep - Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social , com foco nas circunstâncias da compra e venda das ações pelo BRB.
Já o MP de Contas poderá apresentar uma representação ao Tribunal de Contas do Distrito Federal.
A negociação é considerada polêmica no mercado financeiro. O Banco Master adota uma estratégia agressiva de captação, oferecendo rendimentos de até 140% do CDI - Certificado de Depósito Bancário, patamar acima da média praticada por bancos de porte semelhante, que gira entre 110% e 120% do CDI.
A instituição também enfrenta desconfiança no mercado. Recentemente, tentou emitir títulos em dólares, sem sucesso na captação. Além disso, suas operações com precatórios — dívidas de entes públicos reconhecidas por decisão judicial definitiva — aumentaram as dúvidas sobre a real situação financeira do banco.
Informações: Agência Brasil