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Compras de Natal: Alguns cuidados que se deve ter na compra e troca de presentes para as crianças

quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Atualizado às 08:08

Este é um artigo que publico nesta época do ano para lembrar o leitor-consumidor de cautelas que ele pode tomar para fazer algum tipo de compra, projeto de compra, planejamento etc envolvendo os presentes das crianças para o Natal que se avizinha.

Na correria natural de fim de ano, é comum esquecer-se de alguma coisa. Ademais a compra é compulsória e emocional. Por isso, penso que vale a pena relembrar algumas dicas que podem envolver as  dificuldades para a escolha, a necessidade de testar brinquedos, os problemas das trocas etc.

  • Pesquisando preços

Em primeiro lugar e como sempre, lembro que não se deve comprar um produto sem antes fazer uma pesquisa de preços. Nem se deve deixar levar pela aparência inicial, pelos descontos oferecidos, pela boa conversa do vendedor ou da oferta feita no site. Vale pesquisar e não comprar por impulso. 

  • As condições para troca

Anoto que, de fato, fazer troca em função de tamanho, cor ou porque o presente é repetido não é obrigação do comerciante. Contudo, se ele propõe a troca, tem que cumprir o prometido, pois cria um direito para o consumidor. Trata-se de oferta e esta vincula o ofertante, conforme previsto no Código de Defesa do Consumidor. Essa oferta de troca torna-se, inclusive, típica obrigação contratual.

Felizmente, as trocas dos presentes repetidos ou dos que não serviram, como as peças de vestuário, podem ser feitas na maioria dos estabelecimentos comerciais. Mas, há alguns problemas. Por exemplo, a exigência de nota fiscal para a troca. Nem sempre quem dá o presente gosta de entregar a nota de compra e venda ao presenteado, pois lá consta o preço. Sem alternativa, a saída é guardar a nota fiscal e, se necessário, usá-la. De todo modo, anoto que a maior parte das lojas entregam senhas, documentos separados, etiquetas especiais etc., procedimento que deveria ser adotado por todos os estabelecimentos.

Outro aspecto que deve ser levado em conta diz respeito às etiquetas. Há comerciantes que se negam a trocar o produto se a etiqueta foi removida. Para evitar aborrecimentos, aconselha-se que a etiqueta não seja retirada até que o presente seja experimentado e aprovado.

De todo modo, com ou sem etiqueta, o comprador não perde o direito à troca, pois essa é uma exigência é abusiva. Cabe reclamar num órgão de defesa do consumidor.

  • Vícios nos brinquedos

Não se pode esquecer  de perguntar se a loja faz troca do brinquedo e em quais condições. Alguns comerciantes negam-se a fazer troca de brinquedos que apresentem problemas de funcionamento (vícios), limitando-se a mandar o consumidor para a assistência técnica. Assim, para evitar transtornos, vale perguntar antes de comprar se o estabelecimento faz troca em caso de vícios (o que, aliás, é sua obrigação legal) e decidir se vale a pena comprar lá. 

  • Testando o brinquedo

É importante testar o brinquedo na loja, inclusive os eletrônicos. Não se pode esquecer que, apesar de se poder trocar ou consertar posteriormente o brinquedo com defeito, a criança que ganhou o presente - às vezes tão esperado - já se frustrou.  É verdade, que nessa época do ano, com as lojas cheias é mais difícil fazer os testes, mas vale a pena insistir assim mesmo. Se não der por algum motivo justo ou se a compra for feita via web/internet, então, a saída é testar o brinquedo logo que for recebido.

  • Idade adequada

É preciso atenção com a questão da adequação do brinquedo à idade das crianças. Brinquedos muito sofisticados e caros nem sempre satisfazem. Alguns são complicados; outros fazem tudo sozinhos e a criança só fica olhando. Além de ser bom que a criança participe ativamente do uso do brinquedo, é necessário que ele possibilite a utilização do raciocínio e da imaginação. No caso de jogos, há que se checar a idade para a qual os fabricantes os indicam.

  • Segurança é fundamental

É necessário um cuidado especial com certos produtos, o que vale para todas as crianças e especialmente para os bebês: não se deve adquirir objetos pontiagudos ou cortantes, nem os que tenham cordões que o bebê possa enrolar no pescoço; da mesma forma não se deve adquirir pequenos objetos que as crianças possam engolir; e o mesmo cuidado deve-se ter com sacos plásticos, por causa de sufocamento. Os materiais devem ser laváveis e as tintas e demais componentes devem ser atóxicas e não descascarem.

É bom lembrar: apesar da responsabilidade dos fabricantes, é a mãe e o pai que devem, em primeiro lugar, estar atentos para o que adquirem. Ela e ele são diretamente responsáveis por checar os brinquedos que estão na posse de seus filhos e filhas. É fundamental examinar mesmo depois da compra, direta e detalhadamente o brinquedo, verificar se não há peças que podem se soltar, pedaços pequenos que as crianças podem colocar na boca, se não há partes pontiagudas etc.

É importante,  também, checar os brinquedos que as crianças ganham de presente, inclusive, aqueles distribuídos nas festas das escolas (conselho que vale para todas as festas das quais as crianças participam). Não é incomum que nessas festas sejam dados brindes de má qualidade que podem causar danos.

Além disso, é preciso fiscalizar a qualidade dos brinquedos mesmo depois de usados pelas crianças.  Os brinquedos, com o desgaste,  podem acabar gerando os mesmo problemas que produtos novos mal feitos. Esse tipo de vigilância constante deve sempre ser exercido pelos responsáveis.

  • Propaganda enganosa

Cuidado com publicidade enganosa. Não se deve esquecer que muitas propagandas de brinquedos são dirigidas às crianças e não ao adulto. Por isso, para avaliar esse tipo de publicidade é preciso levar também em consideração a visão que a própria criança tem - ou teria - ao ver o anúncio. De qualquer forma, há que se avaliar com calma e comparar o produto real com o oferecido no anúncio publicitário.

Em relação às embalagens, é bom saber que, às vezes, a enganosidade pode estar nas fotos e informações nelas contidas. Nem sempre a apresentação corresponde ao produto real.

  • Certificado de garantia e manuais

Se o produto tiver garantia do fabricante, o certificado deve estar junto do mesmo.

E, os brinquedos, jogos e outros produtos que devem ser instalados e usados mediante instruções devem ter manuais claros, escritos em português. Não se deve instalar  ou utilizar o produto antes de ler, entender e seguir à risca as disposições trazidas pelo fabricante.

  • Roupas

Não se pode esquecer que as crianças crescem rapidamente, bem como mudam de hábitos, desejos e necessidades com a mesma velocidade. Assim, vale a pena levar em conta tais fatos para adquirir, por exemplo, roupas, comprando-as sempre um pouco folgadas e nunca em quantidades exageradas.

  • Livros

Uma dica importante: dar livros é fundamental, também levando em consideração a idade da criança. O mercado está repleto de excelentes livros para todas as idades e alguns são bem baratos. É um presente de total utilidade. Pode-se, claro, dar outros presentes, mas um livro junto deles é sempre bem-vindo.