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Uma reflexão sobre desenvolvimento sustentável e consumo

quinta-feira, 29 de junho de 2023

Atualizado às 07:17

A discussão que envolve meio ambiente, desenvolvimento sustentável, regime capitalista e consumo está sempre na ordem do dia.

Na realidade, o sistema de consumo da sociedade capitalista, para existir, utiliza-se de um modelo de exploração não só das reservas naturais do planeta, como de muitas das conquistas sociais existentes nos vários países que compõem o mundo, tais como garantia de emprego, limite de horas de trabalho, direito à aposentadoria com salário justo, direito à saúde gratuita, direito ao lazer etc.

Para melhorar o modelo de desgaste dos recursos naturais e, também, da influência do modelo de produção e consumo na realidade social, um caminho talvez fosse uma mudança nos hábitos de consumo. Claro que, outro caminho, seria a mudança do regime de produção e distribuição.

Vejam esses dados (que variam um pouco de acordo com a fonte, mas de todo modo indicam o problema): a produção e o consumo dos Estados Unidos da América, com um número de consumidores que correspondem a aproximadamente 5% da população do planeta, contribuem com 36% das emissões de gases de efeito estufa e consomem 25% da energia mundial. No que se refere aos chamados países desenvolvidos, estes congregam um quinto da população mundial. Esta minoria, porém, consome 80% de todos os recursos naturais existentes. Logo, o padrão de consumo, do modo como está, jamais será estendido   para todas as nações. O planeta não comporta.

Como quero apenas fazer algumas colocações para a nossa reflexão, eu termino por aqui, deixando,  na sequência,  uma série de máximas do comediante americano George Carlin e também algumas que eu mesmo fiz, que dizem respeito ao modo de vida da sociedade em que vivemos.

De George Carlin:

Se um homem sorri o tempo todo, ele provavelmente está vendendo algo que não funciona.

Nós bebemos demais, gastamos sem critérios. Dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco...

Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.

Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.

Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.

Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.

Construímos mais computadores para armazenar mais informações, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos cada vez menos.

Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis...

Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.

Acrescento:

Estamos na era das fusões de empresas e dos desempregados em profusões.

Do acúmulo de cartões de crédito fácil e abundante e das dívidas impagáveis.

Das dezenas de pares de sapatos nos armários de casa e das crianças andando descalças nas ruas.

Nunca tivemos tanto acesso à informação, mas nosso conhecimento é paupérrimo.

Muitos consumidores têm noção dos preços das cervejas, mas desconhecem o valor da solidariedade.

Tira-se foto de tudo,  mas, realmente, não se aprecia quase nada.