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Escritórios estão se adiantando ao home-office como prevenção ao coronavírus

Espero que haja tempo hábil, antes do anúncio geral, para que os escritórios que não possuam regras de home-office, se preparem para que possam manter suas atividades, ainda que remotas, durante o período mais sombrio desta crise.

segunda-feira, 16 de março de 2020

Atualizado em 17 de março de 2020 09:19

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Estamos assistindo de forma inédita os impactos que uma pandemia gera em um mundo totalmente conectado. As consequências econômicas e humanas ainda não podem ser quantificadas, mas o impacto nas organizações e na sociedade é inequívoco.

Antecipando-se ao mercado geral, os escritórios de advocacia, estão optando, em massa, por fecharem suas instalações ou reduzirem ao máximo a quantidade de pessoas dentro do escritório, permitindo que seus colaboradores trabalhem no modelo home-office.

O setor adotou tal medida preventiva, mais cedo que outros setores, pelas seguintes razoes:

1)  Natureza do trabalho

Em linhas gerais, a produção jurídica é realizada em um computador, analisando e produzindo textos. Tal tarefa, pode ser realizada a partir de qualquer computador, em qualquer localização, desde que tenha disponíveis os arquivos e conteúdos necessários.

Adicionalmente, toda comunicação necessária, seja com pares ou clientes, pode ser realizada a distância, por telefone, chats, WhatsApp e vídeo conferência.

2)  Compliance

Muitos escritórios atendem grandes corporações ou setores sujeitos a regulação, como o setor bancário e de saúde. Estes clientes têm políticas rígidas de compliance e impõem tais políticas para toda sua cadeia, incluindo escritórios, para mitigar riscos aos serviços prestados.

3)  Proteção dos indivíduos

Trabalhando em casa, evita-se o contato humano do deslocamento e entre os membros da banca, reduzindo assim drasticamente o risco de infecção dos colaboradores.

4)  Proteção da banca

Caso a operação normal seja mantida, toma-se o risco de que uma pessoa infectada transmita o vírus para grande parte dos colaboradores do escritório, causando assim, uma paralização quase que completa da produção e de suas atividades.

Vale lembrar que o setor jurídico, está simplesmente adiantando o inevitável.

Ao acompanharmos o andamento do coronavírus ao redor do mundo, medidas similares foram tomadas em todos os países afetados, não existindo motivo para acreditamos que no Brasil será diferente.

Por enquanto, estamos recebendo os fechamentos em doses homeopáticas, sexta foram as escolas públicas de São Paulo. O TJ/SP também já se posicionou, dilatando os prazos em 30 dias, prevendo o caos que está sendo instalado.

Acredito, que em uma ou duas semanas, o governo será obrigado a se posicionar de forma mais rígida acerca do assunto e quando isso acontecer, não será mais uma questão facultativa, todos seremos obrigados a fechar as portas dos escritórios e a trabalhar em casa, por meio de ferramentas para home-office.

Espero que haja tempo hábil, antes do anúncio geral, para que os escritórios que não possuam regras de home-office, se preparem para que possam manter suas atividades, ainda que remotas, durante o período mais sombrio desta crise.

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*Thiago Madeira de Lima é diretor executivo da Penso Tecnologia.

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