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Como a OAB pode inserir e reinserir o advogado empregado no mercado de trabalho?

Economia enfraquecida faz com que estes profissionais procurem novas oportunidades.

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Atualizado às 10:51

 (Imagem: Arte Migalhas)

(Imagem: Arte Migalhas)

Conhecemos vários advogados e advogadas que gostam de ser empregados. Outros tantos o fazem por necessidade.

São pessoas que só querem acordar, sair cedo para trabalhar, voltar no fim do expediente e receber seu salário no final do mês. Essas pessoas não querem fazer captação de clientes. Não querem se preocupar se o cliente vai pagar. Não querem esperar o judiciário expedir o alvará para ele receber seus honorários. 

Essas pessoas também não querem se preocupar em pagar aluguel do seu escritório, pagar energia, internet, água, contador etc. Não querem perder o sono com as contas nem com as preocupações de ser advogado autônomo ou dono de escritório.

Enfim, só querem trabalhar e receber o salário ao final do mês.

Pensando no(a) advogado(a) empregado(a) e aproveitando o momento de eleições da OAB em todo o Brasil, esta é a oportunidade ideal para propormos soluções e melhorias para estes profissionais.

Nós realmente gostaríamos que os Conselhos Seccionais da OAB, bem como o Conselho Federal, criassem o Programa de Inserção e Reinserção destes profissionais no mercado de trabalho.

Esperamos que os candidatos, ou pelo menos parte deles, recebam a ideia, coloquem em debate e a melhorem. O importante é cuidar do advogado empregado.

A inserção vale para os recém formados, que buscam ingressar no mercado de trabalho pela primeira vez. Muitas vezes, precisam saber onde e como procurar o 1º emprego, sem experiência.

A reinserção é para os que trabalham há alguns anos como empregado e agora perderam o emprego. Gente que trabalhou, por exemplo, por 15 anos numa empresa que fechou as portas. Onde e como procurar novo emprego? O que fazer para ser recolocado no mercado?

Existem advogados empregados com carteira de trabalho assinada; há os advogados associados, mas que na realidade são empregados; há advogados contratados como pessoa jurídica (PJ); e há ainda os que estão na informalidade, sem nenhum documento jurídico.

Onde esses advogados e advogadas empregadas estão trabalhando? Eles trabalham nos escritórios de advocacia e em departamentos jurídicos de empresas. Neste contexto, qual é o maior gargalo para os advogados empregados e para os empregadores?

O maior gargalo é promover o encontro de quem quer contratar com quem deseja ser contratado. Atualmente, as vagas são divulgadas por empresas de recrutamento e recursos humanos, pelas redes sociais, pelo próprio site do contratante e pela indicação boca a boca.

Mas muitas empresas e escritórios têm dificuldade em encontrar o profissional que deseja. Na outra ponta, muitos profissionais não sabem procurar e têm dificuldade de encontrar uma vaga.

Para isso, proponho à OAB dos estados, junto com as Caixas de Assistência e o Conselho Federal, criarem o Programa para o Advogado Empregado.

A OAB forneceria gratuitamente o serviço de recrutamento e seleção. Incentivariam qualquer pessoa que quisesse contratar advogado empregado para divulgar a vaga e fazer a seleção através do recrutamento e seleção da OAB. Afinal, quem melhor do que a OAB para recomendar um advogado?

Com certeza, o serviço de recrutamento e seleção das vagas de emprego para advogado(a) em um único local no estado ajudaria muito estes profissionais. Além do recrutamento e seleção, a OAB forneceria ao advogado empregado o serviço de treinamento e desenvolvimento.

Quais são os requisitos que a vaga de emprego exige? Vamos fornecer treinamento e desenvolvimentos necessário.

Se precisa saber mais de informática, qualifique o advogado. Precisa saber cálculos trabalhistas, treine o advogado para isso.

Com o tempo, fomente junto com os empregadores a valorização dos advogados empregados para que recebam salários dignos e justos. Com certeza, esse serviço vai facilitar a vida de todos os advogados que buscam inserção e reinserção no mercado de trabalho.

Enfim, essa é uma proposta embrionária, apenas um pontapé, mas merece uma boa lapidação. Temos grandes mentes criativas na OAB, com certeza elas poderão melhorar muito o suporte aos advogados e advogadas empregados..

Pedro Rafael de Moura Meireles

Pedro Rafael de Moura Meireles

Advogado desde 2004, especialista na defesa em processo ético disciplinar na OAB. Milita com processo ético desde o ano de 2010. Pós em Direito Constitucional e Administrativo.

Frederico Augusto Auad de Gomes

Frederico Augusto Auad de Gomes

Advogado desde 1995. Especialista na Defesa em Processo Ético Disciplinar na OAB. Milita com processo ético desde 2004.

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