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Quais as diferenças entre as carreiras de técnico e analista no serviço público?

Confira o que você precisa saber para escolher a carreira que mais combina com você e, assim, iniciar os estudos.

quinta-feira, 31 de março de 2022

Atualizado às 08:19

(Imagem: Arte Migalhas)

Muitos acadêmicos do curso de direito saem da faculdade almejando um concurso público, pois a estabilidade financeira lhes parece mais interessante. Além, é claro, de sua vocação.

Assim, aqueles que se dedicam aos estudos para obter aprovação em algum concurso público, começam a olhar de forma especial para as carreiras de analista e técnico.

Isso acontece em razão das inúmeras vagas disponíveis em tribunais, Ministérios Públicos e Defensorias em todo o Brasil. Apesar disso, a concorrência é acirrada.

Porém, quando o estudante se dedica com foco na aprovação em concursos de analista e técnico, suas chances de alcançar a aprovação tendem a aumentar.

Até porque o conteúdo cobrado para esses cargos é muito semelhante. Então, estudando para o concurso de analista, por exemplo, poderá fazer a prova para técnico.

É comum que os estudantes tenham dúvidas sobre as condições exigidas para ocupar o cargo, incluindo a rotina de cada um deles.

Por isso, vou mostrar tudo o que você precisa saber para escolher a carreira que mais combina com você e, assim, iniciar os estudos.

Carreiras de técnico e analista: esses cargos exigem uma formação específica?

Em relação à formação, é preciso analisar o que a Lei e o edital prevê sobre o cargo. Mas vou explicar alguns casos agora.

Os concurseiros que desejam ocupar o cargo de analista jurídico, nas especialidades judiciária ou oficial de Justiça avaliador federal, devem ter cursado e concluído a faculdade de Direito.

Já para analista judiciário da área administrativa, basta ter curso superior completo em qualquer área.

Nem todos os estudantes de direito concluem a faculdade para seguir carreira jurídica ou fazer concurso público nessa área.

Muitas vezes, esses cargos exigem tempo de prática jurídica ou, até mesmo, inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Por isso, a carreira de analista Jurídico é uma boa opção para quem deseja um concurso público em menor tempo.

Se você deseja o concurso para técnico, em geral, o único requisito é ter cursado o ensino médio completo.

No entanto, os títulos acadêmicos também são considerados para questões de classificação e salário, como veremos daqui a pouco.

De forma resumida, em regra, o cargo de analista exige formação superior e o de técnico exige apenas nível médio.

Qual é a rotina do analista? E do técnico? Que atividades ele desenvolve?

Entenda agora como é a rotina profissional do analista e do técnico no serviço público.

  • analista Judiciário - Administrativo

O analista Judiciário, na função administrativa, exerce atividades relacionadas a recursos humanos, material, patrimônio, licitações e contratos, planejamento, arquivos, atendimento ao público, entre outras atividades.

  • analista Judiciário - Judiciário

O analista Judiciário da área jurídica desempenha funções relacionadas a processos e assessoramento, organização, supervisão técnica, estudos, pesquisa, elaboração de laudos e pareceres, entre outras.

  • analista Judiciário - Oficial de Justiça

O oficial de Justiça desempenha suas atividades jurídicas de forma externa, como, por exemplo: execução de mandados, citações, prisões, penhoras, arrestos e outras diligências.

Para ser analista neste cargo, é preciso ter conhecimento específico, por isso, os concursos públicos exigem formação superior em Direito. Inclusive, as titulações acadêmicas contam para a classificação dos candidatos.

  • técnico

A rotina do técnico é um pouco diferente, pois ele desempenha funções administrativas e auxilia no fluxo de demandas judiciais, administrativas, fornece suporte técnico e realiza atividades de atendimento ao público.

Qual é a remuneração para esses cargos?

Atualmente, a remuneração inicial para analista pode chegar até R$ 12.000,00 (bruto). Isso vai depender da região em que irá atuar.

O salário bruto do analista pode aumentar até 12,5% se ele possuir doutorado, 10% se possuir mestrado e 7,5% se tiver pós-graduação.

Além disso, com dedicação, boa vontade e trabalho bem-feito, seu salário pode aumentar com as funções comissionadas.

A remuneração paga ao técnico pode chegar até R$ 7.000,00, podendo ser aumentada conforme suas capacitações e especializações acadêmicas.

Como disse anteriormente, as titulações acadêmicas são consideradas para ter aumento de salário: no percentual de 12% se tiver feito doutorado, 10%  se tiver feito mestrado, 7,5% se tiver pós-graduação e 5% se tiver curso superior completo.

Tanto no cargo de analista, quanto no técnico, o pagamento inclui o salário, gratificação e auxílio-alimentação.

Além disso, os analistas e técnicos podem receber um adicional no percentual de 1% caso possua cursos de capacitação que totalize no mínimo 120 horas. Esse adicional está limitado ao percentual de 3%.

Os analistas Jurídicos, na especialidade de Oficial de Justiça Avaliador Federal podem receber uma Gratificação de Atividade Externa (GAE), correspondente a 35% do seu vencimento básico.

Onde os técnicos e analistas atuam?

Os cargos de técnico e analista têm um campo de atuação muito amplo, podendo atuar na esfera federal e estadual.

Eles poderão atuar nos tribunais:

  • tribunais Regionais Federais (TRFs);
  • tribunais Regionais do Trabalho (TRTs);
  • tribunais Regionais Eleitorais (TREs); e
  • tribunais de Justiça (TJs).

Além disso, também podem atuar no Ministério Público:

  • Ministério Público da União (MPU); e
  • Ministérios Públicos Estaduais (MPEs).

Seu trabalho pode, ainda, ser executado na Defensoria Pública:

  • Defensoria Pública da União;
  • Defensorias Públicas Estaduais (DPEs).

Como é a carga horária desses profissionais?

Os editais publicados explicam que a carga horária para os cargos de analista e técnico é de 40 horas semanais.

Mas, atualmente, existe certa flexibilidade quanto ao horário de entrada e saída nos órgãos públicos, tornando possível o remanejamento de horários.

Inclusive, algumas carreiras já adotaram o trabalho na modalidade home office ou remoto.

Contudo, o Oficial de Justiça Avaliador Federal não se submete a carga horária. Como seu serviço é realizado externamente, basta que ele cumpra sua quota de mandados.

Conclusão

Como você pôde perceber, existem muitas diferenças entre as carreiras de analista e técnico, principalmente em relação ao salário e às atividades desempenhadas em cada cargo.

A aprovação em um concurso público é muito desejada por milhares de concurseiros. E a atuação do analista e do técnico é muito importante para a sociedade e para a Justiça.

Agora que você já sabe os requisitos, benefícios e atribuições de cada um desses cargos, está preparado para escolher a carreira que mais combina com você.

Como lhe disse, são milhares de vagas, mas você só precisa de uma. No entanto, não seja desidioso. Estude com dedicação, tenha foco e se prepare, pois os concorrentes também são muitos.

O caminho pode ser longo e cheio de sacrifícios, mas valerá a pena. Não desista do seu sonho!

Agnaldo Bastos

Agnaldo Bastos

Advogado atuante no Direito Administrativo, especialista em causas envolvendo concursos públicos e servidores públicos, Sócio Proprietário do escritório Agnaldo Bastos Advocacia Especializada.

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