O banco é obrigado a indenizar o cliente que sofreu golpe
Golpistas não dão trégua: Uma simples ligação pode levar à perda de todo o seu dinheiro. Mas e o banco, pode ser responsabilizado?
sexta-feira, 2 de maio de 2025
Atualizado às 11:36
Descubra agora se você tem direito!
Entenda seus direitos e como buscar indenização se você foi vítima de golpe por telefone.
1. O que são golpes por telefone?
Os golpes por telefone são fraudes em que o golpista se passa por funcionário do banco ou de alguma instituição oficial para enganar o cliente e convencê-lo a fornecer dados pessoais ou realizar transferências bancárias.
Muitas vezes, o criminoso tem acesso a dados reais da vítima, o que dá uma falsa sensação de segurança.
Alguns dos tipos mais comuns de golpes incluem:
- Falsa central de atendimento;
- Suposta clonagem de cartão;
- Pedido de confirmação de dados bancários;
- Ofertas falsas de crédito ou renegociação de dívida.
Infelizmente, essas armadilhas são cada vez mais sofisticadas, e muitas vítimas agem acreditando que estão se protegendo.
2. O banco tem responsabilidade pelo golpe?
Sim, em muitos casos o banco pode ser responsabilizado, mesmo que o golpe tenha sido cometido por terceiros.
A jurisprudência(decisões de Tribunais) dominante no Brasil entende que a responsabilidade do banco é objetiva, nos termos do art. 14 do CDC, o qual dispõe que o fornecedor de serviços responde pelos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços.
Além disso, o sistema bancário é considerado um setor de risco da atividade econômica, e por isso, os bancos devem adotar todos os meios necessários para prevenir fraudes e proteger seus clientes.
3. Como saber se você tem direito à indenização?
Você pode ter direito à indenização se:
- Recebeu uma ligação falsa de alguém que se passou pelo banco;
- Foi induzido a fazer transferências ou pagamentos com base nessa ligação;
- Houve prejuízo financeiro comprovado;
- Informações confidenciais que só o banco poderia ter foram utilizadas no golpe;
- O banco não apresentou mecanismos eficazes de proteção.
A depender do caso, você poderá pedir restituição dos valores perdidos e também indenização por danos morais.
4. Quais medidas tomar imediatamente após cair no golpe
- Registrar boletim de ocorrência imediatamente;
- Notificar o banco e abrir reclamação formal;
- Guardar provas da ligação, extratos, mensagens, e-mails recebidos;
- Procurar um advogado especialista para analisar seu caso;
- Acionar o Procon ou o Banco Central, se necessário.
O tempo é fundamental nessas situações, pois a recuperação do valor pode depender da rapidez com que as medidas são tomadas.
5. Diferença entre golpe e fraude interna
É importante diferenciar:
- Golpe: Envolve ação de terceiros, geralmente desconhecidos da vítima, mas que se utilizam de engenharia social para aplicar a fraude;
- Fraude interna: Ocorre quando o erro ou falha parte do próprio banco, por exemplo, clonagem de cartão por funcionário da instituição.
Nos dois casos, pode haver responsabilidade do banco, mas a linha de argumentação jurídica pode ser diferente.
6. Dicas para evitar golpes por telefone
- Nunca forneça dados pessoais ou bancários por telefone;
- Desconfie de ligações urgentes que pedem ação imediata;
- Ligue diretamente para o número oficial do banco antes de realizar qualquer procedimento;
- Não clique em links enviados por SMS ou WhatsApp por supostos atendentes;
- Ative notificações no aplicativo bancário para acompanhar movimentações em tempo real.
A prevenção é a melhor defesa.
7. Quando o banco pode se isentar?
Apesar da responsabilidade objetiva, existem casos em que o banco pode alegar que houve culpa exclusiva do consumidor:
- Quando a vítima age com negligência clara e deliberada;
- Quando há compartilhamento voluntário e consciente de senhas;
- Em golpes onde não há nenhuma falha sistêmica ou vazamento de dados pelo banco.
Ainda assim, cada caso deve ser analisado individualmente.
8. Como um advogado pode ajudar
Um advogado especialista pode:
- Analisar a documentação e o histórico do golpe;
- Verificar se há falha do banco ou vulnerabilidade na segurança;
- Entrar com ação judicial de indenização;
- Solicitar liminares para bloqueio de valores transferidos;
- Acompanhar e orientar em toda a tramitação do processo.
Não enfrente o sistema bancário sozinho.
Um profissional pode fazer toda a diferença.
9. Conclusão: Você não está sozinho!
Se você foi vítima de um golpe por telefone e sofreu prejuízos financeiros, não se culpe.
Esse tipo de crime é cada vez mais comum e exige medidas severas contra os verdadeiros responsáveis.
Os tribunais têm reconhecido o direito dos consumidores de serem indenizados por falhas na prestação dos serviços bancários.


