Quando errar custa a vaga: O que todo concurseiro precisa saber sobre questões com vício em prova objetiva
Questões com erros podem eliminar candidatos injustamente. Conheça seus direitos e saiba como recorrer para proteger sua vaga em concursos públicos.
terça-feira, 3 de junho de 2025
Atualizado em 2 de junho de 2025 13:58
Introdução: o custo de uma injustiça em prova objetiva
Imagine estudar por meses, dominar o conteúdo, responder corretamente uma questão de prova e, ainda assim, ser penalizado porque a banca errou. Parece injusto - e é. O problema é que, na maioria das vezes, o candidato nem sequer sabe que tem o direito de contestar isso.
Vícios em provas objetivas não são apenas erros técnicos. Eles representam, muitas vezes, a diferença entre a aprovação e a frustração. E o pior: podem eliminar o candidato de forma ilegal.
O que configura um vício em prova objetiva
Vício em prova objetiva é qualquer falha que compromete a clareza, a legalidade ou a coerência da questão. Os principais tipos incluem:
- Ambiguidade no enunciado: quando mais de uma alternativa pode ser considerada correta;
- Erro de conteúdo: quando a resposta oficial está em desacordo com a legislação ou doutrina dominante;
- Inclusão de matéria fora do edital;
- Desconsideração de alterações legislativas ou jurisprudenciais recentes.
Essas situações ferem princípios como legalidade, isonomia e vinculação ao edital.
A falsa ideia de que "não dá pra fazer nada"
Um dos maiores obstáculos é a desinformação. Muitos candidatos acreditam que não há como recorrer contra a banca - o que é um equívoco.
O primeiro caminho é o recurso administrativo. Quando bem elaborado, com argumentos técnicos e base legal, ele pode resultar na anulação da questão. E, se esse recurso for negado de forma genérica ou sem justificativa, existe a possibilidade de levar o caso ao Judiciário.
A Justiça tem reconhecido o direito à reclassificação, anulação de questões e até nomeação, quando comprovado o erro e o prejuízo ao candidato.
Casos em que a Justiça anulou questões e mudou destinos
Há diversas decisões judiciais em que questões foram anuladas por apresentarem dupla correção possível ou conteúdo em desacordo com o ordenamento jurídico.
Em um caso recente, um candidato foi desclassificado por errar uma questão cuja alternativa correta estava baseada em legislação já revogada. A Justiça reconheceu o vício e garantiu a reclassificação do candidato, que acabou nomeado meses depois.
O papel do advogado especialista: tempo, estratégia e resultado
Concursos são repletos de prazos curtos e detalhes técnicos. Ter ao lado um advogado que domina esse universo pode ser o diferencial entre vencer ou ser eliminado injustamente.
O especialista conhece os prazos, os fundamentos mais aceitos pelas bancas e tribunais, e sabe como agir estrategicamente para proteger os direitos do candidato.
Conclusão: seu direito não pode ser prejudicado por erro da banca
Uma questão mal elaborada não é apenas um transtorno. Ela pode ser uma violação direta aos princípios constitucionais que regem os concursos públicos.
Se você foi prejudicado por uma questão ambígua, com erro de conteúdo ou fora do edital, saiba: você tem direitos. Não aceite o erro calado. Procure orientação especializada e lute pela sua vaga.
Ricardo Nascimento Fernandes
Militar da Reserva, Professor Doutorando em Filosofia do Direito, Advogado Especialista em Direito Processual Civil, Direito Administrativo, Direito da Pessoa com Deficiência e Concurso Público, Escritor e Palestrante.


