Prova da polícia penal de Goiás tem questões anuladas pela Justiça: Saiba o que isso pode significar para o seu concurso
Erros da banca em prova da Polícia Penal-GO levaram à anulação judicial de questões. Decisão pode impactar a classificação e garantir reclassificação de candidatos.
quinta-feira, 5 de junho de 2025
Atualizado em 4 de junho de 2025 14:27
Introdução
A prova da Polícia Penal de Goiás, aplicada em setembro de 2024, chamou atenção não apenas pela alta concorrência, mas por erros graves cometidos pela banca IBFC. O caso ganhou nova dimensão quando o Poder Judiciário interveio e determinou a anulação de três questões da prova objetiva.
Esse episódio não é apenas uma notícia: é um alerta para todos os concurseiros. Entender o que aconteceu - e como isso pode impactar sua classificação - é essencial para proteger seus direitos.
O que levou à anulação das questões
A Justiça identificou que três questões (08, 10 e 37, do caderno tipo 'B') cobravam conteúdos não previstos no edital, o que configura violação ao princípio da vinculação ao edital. A decisão, da 6ª vara da Fazenda Pública Estadual de Goiânia, reconheceu que tais falhas poderiam comprometer a lisura do certame.
Embora a banca tenha divulgado o gabarito e aberto prazo para recursos, muitos candidatos não entenderam o alcance jurídico do problema - e, pior, acreditaram que nada poderia ser feito além do recurso administrativo.
Qual o impacto para o candidato
A anulação de uma questão pode alterar significativamente a classificação de um candidato - especialmente em concursos muito disputados.
Mesmo quem não entrou com recurso pode ser beneficiado judicialmente, desde que demonstre o prejuízo e a ilegalidade cometida pela banca. Isso significa que você pode ter direito à reclassificação ou até convocação para próximas etapas.
Por que a Justiça pode anular questões de concurso?
Embora seja comum ouvir que o Judiciário não interfere em critérios de prova, isso não é absoluto. A Justiça pode e deve intervir quando há ilegalidade clara, como:
- Inclusão de conteúdo fora do edital;
- Enunciado ambíguo ou confuso;
- Erro de conteúdo ou legislação desatualizada;
- Violação de princípios constitucionais como legalidade, isonomia e razoabilidade.
O que fazer se você foi prejudicado
Se você acredita que uma questão te prejudicou - e principalmente se ela foi anulada judicialmente - é importante reunir provas, salvar o caderno de questões e buscar orientação especializada.
Um advogado com experiência em concursos pode avaliar se há viabilidade de ação judicial, preparar a argumentação adequada e acompanhar todo o processo. Muitas vezes, o que parece ser um resultado definitivo pode ser revertido com estratégia e fundamento jurídico.
Conclusão
O caso da Polícia Penal de Goiás reforça uma verdade importante: concursos públicos devem seguir regras, e o candidato não precisa aceitar passivamente erros da banca.
Questões mal formuladas ou que extrapolam o edital não são meras falhas - são vícios que violam seu direito. E se a banca erra, você pode (e deve) buscar reparação.
Não perca a oportunidade por desconhecimento. Se você se sentiu prejudicado, procure orientação jurídica e lute pela vaga que é sua por mérito.
Ricardo Nascimento Fernandes
Militar da Reserva, Professor Doutorando em Filosofia do Direito, Advogado Especialista em Direito Processual Civil, Direito Administrativo, Direito da Pessoa com Deficiência e Concurso Público, Escritor e Palestrante.


