dr. Pintassilgo

Franco da Rocha

Denominações Anteriores: Parada do Feijão, Estação de Juqueri.

Fundadores: Antônio de Sousa Delmundo.

Data da Fundação: Fins do século XVI ou princípios do século XVII.

Até o século XIX Franco da Rocha servia apenas de caminho para os bandeirantes que se dirigiam ao Estado de Minas Gerais e as suas terras eram todas constituídas de fazendas. Inicialmente era povoado do então Município de Juqueri. Com a construção da São Paulo Railway, que ligara Santos a Jundiaí, foi o povoado atingido pelos trilhos de ferro o que se deu em 1867 pela inauguração da estação de Belém e posteriormente da construção da estação de Caieiras, seguindo-se a de Franco da Rocha (Juqueri naquela época), em 1º de fevereiro de 1888, servindo daí em diante de acesso à vila de Juqueri. Em 1886, Filoteo Beneducci acalentando a idéia de encontrar ouro em um lugar denominado Pedreira (hoje, 4a Colônia) constrói até aquele local um caminho férreo disposto a fazer, em larga escala, exploração desse mineral. Foi, todavia, infeliz na busca do ouro, pois o minério ali encontrado não compensava o grande dispêndio monetário. Dedicou-se então à extração de pedras, efetuando embarques pela estrada de ferro, destinados a São Paulo, sendo essa a primeira indústria local.

Em 1890 instalou-se em Caieiras uma indústria de papel, nas propriedades pertencentes ao Coronel Antonio Proost Rodovalho, cujo estabelecimento ocupava a área de 36.000 km2. Foi um empreendimento de grande vulto não só no município, com em todo o país.

Mas, se Franco da Rocha tem a projeção que hoje alcança, é devido a instalação no município do hospital de alienados. Em 1852, em São Paulo, numa casa da Rua São João, foi fundado o primeiro hospício, destinado a abrigar os dementes que até então eram arremessados aos cárceres das cadeias públicas. Devido ao grande número de doentes que dia a dia mais se acentuava, o Governo do Estado adquiriu, em 1864, uma chácara na ladeira do Tabatinguera para onde transferiu os doentes, porém, com o escoar dos anos a chácara já não comportava o elevado número de doentes.

O Governo do Estado designou então, para solucionar esse problema, o Dr. Francisco Franco da Rocha que sugeriu que fosse adquirido um terreno à margem da linha inglesa, junto à estação do Juqueri. Feita a aquisição pelo Governo, de uma área de 150 hectares, foram iniciadas as obras para a construção da Colônia Agrícola de Juqueri, em 1895, sob a direção do arquiteto Ramos de Azevedo, com capacidade para 800 leitos. Inauguraram-na doentes vindos do hospital de Sorocaba. Posteriormente, foram adquiridas e incorporadas ao patrimônio do hospital, as Fazendas Cresciúma e Velha, pertencentes, respectivamente, a José Henrique de Carvalho e herdeiros de D. Francisca Pereira.

Em 14 de novembro de 1916, o Governo adquire de Ângelo Sestini que comprara de Filoteo Beneducci, as terras da 4a colônia, linhas, máquinas e usina elétrica. A usina do hospital, até 1939, forneceu luz à Estação de Juqueri quando então se verificou, para todo o município, o fornecimento de energia elétrica pela Empresa Elétrica Bragantina.

Em 1908 foi lançada a pedra fundamental para construção de Igreja Matriz, em louvor a Nossa Senhora da Conceição, padroeira do município.

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  • Origem do nome

Em homenagem ao Dr. Francisco Franco da Rocha.

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  • Personagens

Francisco Franco da Rocha

Em 1864 nasceu Francisco Franco da Rocha, na cidade Amparo. Filho do médico Joaquim Franco da Rocha e da dona de casa Maria Isabel Galvão Bueno Franco da Rocha, o médico que posteriormente deu origem ao nome da cidade, estudou o primário e o ginásio em São Paulo. A faculdade de Medicina foi cursada no Rio de Janeiro assim como a residência médica na Casa Eiras, considerada até então o melhor centro psiquiátrico do país.

Em 1893, já conhecido, foi admitido no Hospital de Alienados da capital paulista. Como o local não comportava adequadamente o número de pacientes e nem oferecia assistência médica de qualidade, Dr. Franco da Rocha começou aspirar por um grande hospital, em uma área que fosse possível um melhor tratamento aos doentes mentais do estado.

Foi então a partir das idéias e metas do médico que a cidade passou ser um centro de referência psiquiatria mundial. De acordo com a publicação Resumo da História de Assistência a Psicopatas no Estado de São Paulo, do médico Mário Yahn. Dr. Franco da Rocha lutou contra problemas sérios como falta de água, iluminação, falta de verbas para a contratação de pessoal competente e tantos outros, porém não se entregou. Pelo contrário, preocupou-se ainda mais como o aspecto médico-assistencial dos internos, atendendo pessoalmente a maioria dos doentes. Por isso, até hoje Franco é conhecida como cidade ciência e ternura.

Ainda segundo a publicação, a presença do Dr. Franco da Rocha para a construção e direção do hospital não significou apenas uma substituição administrativa, mas sim o alvorecer de um sistema de assistência moderna, uma visão social avançada e a própria psicanálise, cuja a Psicopatologia teve sua devida importância e tornou-se uma lei básica do mais recente modo de compreensão das concepções psiquiátricas.

Já idoso e doente e após dirigir o hospital Juqueri por cerca de 30 anos, Dr. Franco da Rocha, que também pertenceu à Academia Brasileira de Letras, aposentou-se da vida pública em 1923. No entanto, devido ao grande bem que fez pela psiquiatria mundial e pelo avanço e progresso da cidade, seu nome ficará parta sempre marcado, de alguma forma, no coração da comunidade local.

Coronel Antonio Proost Rodovalho

Antonio Proost Rodovalho, coronel Rodovalho, nasceu em São Paulo em 27 de janeiro de 1838. Dedicou-se ao comércio a partir de 1863. Em 1875 foi nomeado tesoureiro da Caixa Filiar do Banco do Brasil, e anos após assumiu a presidência da Diretoria do Banco Comercial de São Paulo. Como um dos fundadores da Associação Comercial e Agrícola, promoveu a primeira exposição provincial. Dentre os cargos que ocupou destacam-se o de presidente da Caixa Econômica, o de administrador das obras da Estrada de Ferro São Paulo-Rio e o de diretor da Companhia Ituana. Foi cooperador da organização de várias outras empresas comerciais e industriais. Foi também vereador de 1866 a 1870, tesoureiro da Santa Casa de Misericórdia e grau 33 na Loja Maçônica Capitular Amizade. Faleceu em 30 de dezembro de 1913, está sepultado no Cemitério do Araça.


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  • Locais históricos





Estação de Juquery


A estação de Juquery foi aberta em 1888 para atender à localidade desse nome. Mais tarde, renomeada como Franco da Rocha, que hoje tem um dos prédios mais bonitos e antigos da linha. Atende aos trens metropolitanos da CPTM desde 1994.










Parque Estadual do Juquery

Em 1989, o conjunto arquitetônico, o acervo documental e a área verde da Fazenda Juquery foram tombados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT). Localizado na região noroeste do Estado de São Paulo, próximo á Serra da Cantareira, seus 1927,7 hectares ocupam áreas dos municípios de Caieiras e Franco da Rocha, formando um mosaico de Ilhas de Cerrado e de trechos da Mata Atlântica.

As áreas da Fazenda Juquery foram adquiridas com a implantação pelo Governo Ramos de Azevedo, do Hospital Psiquiátrico do Juquery e da Colônia Agrícola. Com o passar dos anos, e com a incorporação de outras áreas, a Fazenda se expandiu para ampliar o atendimento prestado pelo Hospital. Em cinco de junho de 1993, foi criado o Parque Estadual do Juquery em razão da necessidade de conservação de importantes remanescentes de vegetação nativa existentes no local, agregada com o objetivo do aperfeiçoamento da integração entre atividades voltadas para a saúde mental com o meio ambiente.

Represa Paiva Castro

Abastece cerca de 60% da população da região metropolitana de São Paulo, com magníficas paisagens por toda sua extensão, ideal para a prática de esportes náuticos e pesca.

Hospital Juqueri

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