dr. Pintassilgo

Batatais

Denominações anteriores: Sertões dos Batatais, Arraial Velho.

Fundadores: Germano Alves Moreira e sua mulher Ana Luísa.

Data da fundação: 25 de fevereiro de 1815.



Nos fins do século XVI, entre 1594 e 1599, os dois Afonso Sardinha, pai e filho, e João de Prado, alcançaram as margens de Jeticaí, Rio Grande de hoje. Nessa marcha, certamente, atravessaram a “paragem dos Batatais”, então habitada pelo “Gentio Caiapó”.

Bartolomeu Bueno da Silva, o “Anhanguera”, no encalço do ouro de Vila Boa, por ele descoberto no ano de 1725, também, visitaram a paragem. Foi depois desse descobrimento que aquelas veredas, abertas pelo pé aborígine, se tornaram no “Caminho dos Guaiases”.

A região passa a atrair generalizada atenção, ante a notícia do ouro goiano, achado pelo “Anhanguera”. Todos demandam para Vila Boa.

No caminho dos guaiases prósperas fazendas aparecem, concedidas em sesmarias, a título de legitimação possessória, de terras já trabalhadas e, também, sob alegação de convivência para os mineiros, de melhor estabelecimento das minas.

O “Caminho dos Guaiases”, pois, logo se pontilha das aludidas fazendas, pertencentes a paulista, na sua maioria moradores de São Paulo, Itu, Santos e São Vicente. Esses foram os primeiros povoadores da zona, que se juntaram a elementos vindos de Minas Gerais.

A sesmaria de Batatais é de 5 de agosto de 1728, tendo sido dada a Pedro da Rocha Pimentel, e passada na cidade de São Paulo.

Em 1814 já se encontrava um povoado e uma capela. Por Alvará de 25 de fevereiro de 1815 é transformado em freguesia sob o orago do “Senhor Bom Jesus dos Batatais”, e com território compreendido entre os rios Pardo e Sapucaí, que ainda, lhe serviam de limites até as suas barras no Rio Grande, e de outra parte, às lindes divisórias da Freguesia de Jacuí, pelos marcos da capitania.

Em 1820, o Padre Bento José Pereira, achou conveniente a localização do povoado noutra paragem. Houve desinteligências, uns tomaram o partido do Padre, enquanto que outros se filiaram à corrente chefiada por Manuel Bernardes e Antônio José Dias. Após prolongadas lutas, junto ao bispado, foi consentida a transladação. O local escolhido foi “ Campo Lindo das Araras”. Doou-a Germano Alves Moreira e sua senhora Ana Luísa, por escritura de 10 de agosto de 1822.

Em 14 de março de 1839 foi criado a “Termo de Batatais”, e neste mesmo dia pela Lei provincial n.° 7 era a freguesia elevada à categoria de vila.

Em 8 de abril de 1875, a Lei n.° 20 dá-lhe foros de cidade.

Em 20 de abril de 1875, a Lei provincial n.° 37 eleva-se à Comarca de 1.° entrância.

Em 15 de maio de 1875, pelo Decreto n.° 5 918 verificou-se sua ascensão à Comarca classificada, instalada a 2 de agosto de 1875.

A origem do nome “Batatais” crê-se seja originada das extensas plantações de batata feitas pelos índios e descobertas, em gostosa surpresa, pelos primeiros bandeirantes.

Crê-se ,também, que a origem seja tupi: MBAITATA (ou Baitata) – cobra de fogo, que na crença dos índios, era o gênio que protegia os campos contra os incêndios.
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  • Origem do nome

Tupi. MBAITATA (ou Baitata) = Cobra de Fogo que, na crença dos índios, era o gênio que protegia os campos contra os incêndios.
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  • Personagens

Altino Arantes Marques

Natural da cidade de Batatais, interior de São Paulo, foi mais um entre tantos governadores de São Paulo a formar-se em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco, em 1895. Foi membro da direção do Partido Republicano Paulista – PRP e também seu presidente.

Antes de chegar à presidência do Estado de São Paulo foi deputado federal por dois mandatos: 1906/1908 e 1909/1911, tendo sido também Secretário de Estado do Interior (1911/1915).

Em 1916 inicia seu mandato como presidente do Estado. Em seu governo foi promovida a segunda valorização dos preços do café (a primeira foi em 1906, por força do Convênio de Taubaté). Com a geada de 1918, esse produto, com grandes excedentes no Porto de Santos, duplicou de preço, permitindo, a Altino Arantes, um governo cheio de realizações. Com a queda da produção foi possível colocar os excedentes no mercado internacional, permitindo ao governo, com o desafogo, retirar das mãos de um grupo norte-americano, o controle da Sorocabana. Entre 1921 e 1930 foi novamente deputado federal.

Em 1946 foi deputado constituinte e, mais uma vez, deputado federal. Foi o primeiro presidente do Banco do Estado de São Paulo, tornou-se membro e presidente da Academia Paulista de Letras – ABL e membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Faleceu na cidade de São Paulo em 1965.

Washington Luis

Nascido em Macaé, Rio de Janeiro, em 1870, era filho do Tenente Coronel Joaquim Pereira de Souza e de Florinda Sá Pinto Pereira de Souza. Estudou no Colégio Pedro II, na cidade do Rio e, em 1889, ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo, no Largo de São Francisco.

Em 1891, tornou-se bacharel em Direito e foi nomeado Promotor Público da cidade de Barra Mansa, no Rio de Janeiro. Como o cargo era mal remunerado e ele não conseguia transferência para um lugar melhor, Washington Luis aceitou o convite do ex-colega de faculdade Joaquim Celidônio dos Reis Júnior para trabalhar em seu escritório de advocacia, em Batatais, atendendo os processos que envolviam os ricos proprietários de fazendas de café da região.

Desde a juventude, portanto, Washington Luis esteve envolvido com os grandes cafeicultores de São Paulo. Em 1894, por exemplo, redigiu o Código de Posturas ou Leis de Batatais. Tudo o que teve de estudar para isso foi fundamental para facilitar a sua compreensão das necessidades de melhoramentos do município.

Por esse tipo de iniciativa, Washington foi eleito vereador em 1895. Tomou posse no ano seguinte, destacou-se como um intransigente defensor da autonomia do município, onde as pessoas moram e precisam de todos os serviços do Poder Público.

Em 1897, após ocupar a Presidência da Câmara, renuncia ao cargo devido a pressões políticas, mas logo é indicado para intendência Municipal, cargo semelhante ao do prefeito atualmente.

Além de Washington Luis outros nomes também fizeram parte da história política de Batatais, entre eles: Altino Arantes e Afonso Celso Garcia da Luz.

Joaquim Antão Fernandes

Joaquim Antão Fernandes nasceu em Batatais, em 1864, e iniciou os seus estudos com o mestre Caetano. Aos dez anos, passou a ter aulas com o mestre Leonardo, tornando-se músico dois anos depois. Aos 16 anos, um soldado chamado Maximiliano o convida a ingressar no Corpo Policial Permanente, como músico. Ele aceita e transfere-se para o município de Casa Branca como corneteiro de quartel. Prossegue na carreira e, em abril de 1889, faz uma viagem de estudos musicais à Europa, principalmente à Itália.

Em 1911, Antão Fernandes, com uma banda de 120 músicos, apresenta-se em Batatais, na inauguração do Grupo Escolar Dr. Washington Luis. Por ser contrário à Revolução Paulista de 1924, é preso. Seis anos depois, volta a ser incluído nos quadros da Força Pública para reorganizar a banda de música da corporação.

Além do hino a Batatais, composto por ocasião do centenário da cidade em 1939, destacam-se na trajetória do músico (falecido em São Paulo, em 1949) a Rapsódia Paulista, a Marcha Batida do Hino Nacional Brasileiro, a Aurora da Liberdade e a Fantasia de Ceci Peri.

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  • Locais históricos

Igreja Matriz do Bom Jesus da Cana Verde



Sua forma atual foi iniciada em 1928, sob a direção do arquiteto italiano Júlio Latini em estilo neo-clássico, que contratou o engenheiro e arquiteto italiano Carlos Zamboni para execução da obra. Foi concluída em 1953, e no seu interior podemos encontrar grande números de pintura de Portinari.Os vitrais da Igreja são de autoria de Conrado Sorgenicht Filho, constituindo-se de 48 vitrais de grande dimensão com refinada técnica na distribuição de cores.

O destaque especial é o altar-mor, verdadeiro monumento à iconografia universal do Senhor Bom Jesus da Cana Verde, pintada por Cândido Portinari, assim como um acervo de 21 telas. A Igreja Matriz é visitada por turistas da região, capital e exterior.
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  • Curiosidades

Estação da Cultura

A estação foi inaugurada em 1886, na época “Batataes da Canna Verde” já era uma cidade estabelecida e município autônomo. A chegada da então linha-tronco da Mogiana vinha apenas facilitar a comunicação da cidade com a Capital e o porto, e acelerar seu progresso. Em 1938, foi inaugurado um novo prédio, mais moderno, para a estação. Em 1980 ocorreu o último comboio de cargas de Batatais para Ribeirão. Com a desativação da linha, a estação foi abandonada, e, em 1986, já tinha sido vendida à Prefeitura, e servia como posto de INSS e do Ministério do Trabalho, estando em bom estado. Dois anos depois, os trilhos foram retirados. Em 1998, um incêndio destruiu boa parte do depósito. Hoje (2005) o prédio está restaurado, acomodando a Estação da Cultura, um dos pontos turísticos de Batatais.

Cachoeira dos Batatais

Com exuberante vegetação, piscinas semi-naturais, play-ground, sanitários, vestiários, lanchonete, área de camping e estacionamento.

Bosque Municipal

Tem uma grande área verde com eucaliptos e variedades de plantas e flores ornamentais recanto de lazer, pista de cooper, campo de bocha, área de piquenique e lanchonete. Localizado na Av. da Saudade, s/n.

Parque Náutico



Parque com cachoeira (como Represa de Cachoeira), piscinas seminaturais, exuberante vegetação, infra-estrutura turística.

Lago Artificial de Batatais



Lago artificial cercado de plantas, possui zoológico, reserva natural de plantas, calçadão para prática de ciclismo, caminhadas ou cooper.

Hino

"Batatais, minha terra querida,
Meu encanto, meu sonho de artista,
Tão formosa surgiste na vida.
E na história do povo paulista!

Cana Verde...Arraial...Bom Jesus...
Bandeirante nasceste sem jaça!
Hoje és grande, és a glória, és a luz
Dos teus filhos, paulistas de raça!

Estribrilho: Rincão da terra brasileira,
Onde se exulta o próprio Deus
Alto elevar tua bandeira,
Eis o dever dos filhos teus!

Batatais, és meu berço mimoso!
Ser teu filho é suprema conquista!
Teu porvir há de ser luminoso
No aconchego da terra paulista.

Ser teu filho é ser nobre, é ser forte.
Pois do amor és gentil relicário!
Que Deus seja teu rumo, teu norte,
Ao fazeres teu centenário!

Estribrilho: Parcela d’alma dos teus filhos!
Canto de amor! Torrão gentil!
Foste e serás fonte de brilhos
Para os paulistas do Brasil!

Muito humilde nasceste, é verdade;
Mas, teus filhos briosos, por fim
Transformaram-te em grande cidade
De São Paulo a cidade jardim!

De teus filhos briosos, a corte
Murmurando a cantar: “Batatais”!
Lutarão por fazer-te mais forte,
Por maior te fazer ainda mais!

Estribrilho: Foste arraial da verde-cana,
Da cana-verde de Jesus!
Hoje és cidade soberana
Deste solar de Santa Cruz!"

Música - Joaquim Antão Fernandes
Letra - Antônio Nogueira Braga

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