Governo Lula

11/1/2010
Aderbal Bacchi Bergo - magistrado aposentado

"Concordo com que o Banco Central atue com dois fundamentos essenciais: a inflação é o que existe de mais destrutivo para a vida econômica e social e que não se pode deixar as impressoras de moedas nas mãos dos políticos porque seria como incumbir o bode de tomar conta da horta, visto como os políticos precisam de votos e votos são obtidos com a gastança de verbas públicas. E quando faltam verbas, os políticos não resistem à tentação de soltar dinheiro à vontade. No sistema de metas de inflação, o Banco Central procede ao ajuste fino utilizando-se da fixação da taxa de juro básica, Selic no Brasil. Inflação com tendência de alta, aumento de juros para reduzir o volume de dinheiro na economia. Inflação com tendência de baixa, redução de juros o que injeta mais dinheiro na economia. Mas, porém, todavia, contudo, grande parte do que o Banco Central do Brasil já entregou de juros aos banqueiros, cuja soma é de cerca de R$ 900 bilhões, valor que os Lulistas acrescentaram à nossa dívida interna mesmo com extrema carência de investimentos em saúde, educação, segurança, infra-estrutura, grande parte dessa montanha de dinheiro tomado dos contribuintes poderia ter sido empregada em benefício da Nação. As taxas de juro básico fixadas 'nextepaíz' sempre foram imorais, porque desde 2003 aconteceu enorme excesso de liquidez na economia mundial, salvo no período de cerca de um ano pós o estouro da bolha promovida pelos estelionatários norte-americanos, conhecida como 'suprimes' ou títulos podres, que 'balançaram' o sistema financeiro que os possuía em suas carteiras. Os bancos centrais de todo o mundo passaram a injetar rapidamente nas economias US$ trilhões e conseguiram reverter a situação, tanto que hoje há novamente excesso de liquidez nos mercados, em todo o mundo. Os banqueiros brasileiros escaparam dessa 'fria' somente porque os 'subprimes' rendiam 8% ao ano enquanto que nossa Selic ainda era de cerca de 14% a.a. Não foi mérito do Banco Central do Brasil, nem dos Lulistas. É sabido que os juros pagos pelos empresários não são suportados pelos bolsos deles, mas, sim, lançados na Contabilidade como despesas. Despesas elevam o custo dos produtos, certo? Juros elevam custos que ameaçam elevar a inflação que provocam elevação de juros ou manutenção destes a um nível que interessa somente aos banqueiros. Porque a taxa de juro básico é uma tosse para flatulento, ou seja, os banqueiros alegam que o custo do dinheiro para eles é alto e continuam assaltando os brasileiros com um 'spread' criminoso. Hoje, com Selic a 8,75% a.a. eles cobram 140% ao ano no cheque especial, 260% ao ano no cartão de crédito, 50% a.a. no desconto de duplicatas para quem produz. Há um 'acórdão' entre Lulistas e banqueiros para que o superfaturamento de juros se eternize. Não quero nem me lembrar de que Lula gritava nos palanques: que iria acabar com os lucros exorbitantes dos banqueiros. No seu governo, são várias vezes maiores do que em governos anteriores. A respeito de suas promessas de acabar com a corrupção, leia-se a Denúncia aforada pelo Exmo. Procurador Geral da República, com relação ao emblemático número de '40'. Maiores detalhes a respeito da demagogia palanqueira veja-se em 'Quem te viu, quem te vê', Clóvis Rossi, Folha de São Paulo, pagina A2, 11 de Junho de 2005. Quero lembrar-me das advertências de Gabriel Palma, chileno, pdD em economia, professor na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, em 12 de janeiro de 2006, Folha de São Paulo, página A-12: 'Juros altos e câmbio destroem indústria, afirma economista'. Afirmava que: a indústria brasileira estava sendo 'destruída' por uma política econômica 'suicida', pois no final dos anos 70 um terço do PIB brasileiro vinha da indústria manufatureira e no governo Lula já era 20%; 'as políticas monetária e cambial estão destruindo a indústria brasileira'; a manutenção da taxa de juro básico próxima de 20% era desnecessária e que 10% teria o mesmo efeito; o endividamento, em consequência, deveria sofrer 'algum tipo de ajuste'; sugeriu 'a conversão da dívida interna pública em títulos que flutuassem no mercado, para que esse mercado lhe atribuísse um valor real. Um valor real para algo que pudesse de fato ser pago, porque a atual dívida é uma mentira, posto que é impagável'. 'Há uma grande diferença entre o que o Brasil vem fazendo e o que fizeram as economias asiáticas durante a sua integração na globalização. Nenhum país do sudeste asiático permitiria que o real se valorizasse tanto'; 'Qualquer taxa de câmbio abaixo de R$3,00 por dólar é absurda, assim como também é absurda qualquer taxa de juro maior do que 10% ao ano' 'É fácil dizer, mas sem uma grande coalizão política, isso é impossível de ser feito'.  Digo eu que os Lulistas conseguiram, sim, uma grande coalizão política, inclusive unindo-se a Collor e Sarney. Entretanto, os objetivos nunca foram os reais interesses da Nação.  Os 'cubanos' que estão no poder não têm coragem de propor que a dívida interna, que eles elevaram de R$ 600 bilhões para R$ 1 trilhão e 500 bilhões seja transformada em títulos que flutuem no mercado, como sugeriu o Dr. Gabriel Palma. O objetivo deles, segundo o que vem acontecendo, é o poder pelo poder, como recentemente ficou mais claro com o Decreto que Lula assinou e alegou não ter lido, no qual identificam-se como ridículos viúvos do Muro de Berlim, com seus ideais ultrapassados, sob todos os aspectos. Saudações,"
Envie sua Migalha