Indumentária 22/1/2010 Alfreddo Martins Correia - OAB/SP 104.054 "Animado redator-chefe, o Sr. certamente ficaria, como fiquei, feliz em receber um amável convite para estar em Brasília em pleno dia 1º de Fevereiro. Naquela data, o pavilhão de eventos do Centro de Convenções Brasil XXI receberá a classe jurídica para um conclave em homenagem à posse do presidente, da diretoria e conselheiros do Conselho Federal da OAB. Distraidamente, senti um certo alívio ao pairar os olhos sobre uma peculiaridade do convite: Traje passeio completo. Espairecido, como convém a qualquer militante intelectual veraneando em pleno tórrido-verão-chuvoso, pensei com os meus botões (força de expressão, já que camiseta não tem botões) '-Oba! um convite de cunho social no qual não terei que me engravatar! Avisei a digna consorte para que se preparasse para visitar o escaldante Planalto Central em pleno fevereiro de carnaval. Em 48 horas lá estava ela apresentando o 'fardamento feminino' adequado para o evento: tailleur, salto alto e bolsa pequena. Voltando, de súbito, de meu merecido e necessário devaneio de verão, atentei para o fato de que 'etiquetamente' falando, o tal traje de 'passeio completo' nada mais é que o convencional e manjadíssimo 'traje social' que prevê (ou será exige?) para homens terno escuro, gravata sóbria, camisa social branca ou azul claro e sapato preto. Ingressando em seara atípica desse rotativo, e, aproveitando o, digamos, 'relaxamento' próprio dos dias pré-momo, é de se lançar um brado no sentido de que é tempo e hora de atualizarmos as nomenclaturas de origem européia, especialmente quando elas não fazem mais sentido, como é o caso da indumentária. Antigamente os ingleses 'passeavam' de paletó e gravata e, ainda assim, quando o hemisfério norte não estivesse sob o domínio do abrasador verão europeu. Atualizadamente, é desejoso inserir um tropicalismo tupiniquim não só na terminologia bem como no significado de alguns termos e símbolos. Afinal, em terras brasileiras do século XXI, passear de terno e gravata, embora fosse elegante até meados do século passado, caiu em desuso. Quanto aos advogados irem de terno em festivas é de se aplicar o velho adágio: 'é o único profissional que vai em festa com o uniforme de serviço'." Envie sua Migalha