Arbitragem

12/3/2010
Adilson Abreu Dallari - professor titular de Direito Administrativo da PUC/SP

"Maldosa e dolorosamente injusta a insinuação de Migalhas no sentido de que o Ministro Francisco Rezek teria 'negociado' com o candidato Collor sua nomeação para Ministro das Relações Exteriores (Migalhas 2.343 - 11/3/10 - "2."). Na verdade, o então Ministro do STF, por ocupar o cargo de Presidente do TSE, presidiu as eleições com total correção, assegurando que elas representassem a efetiva vontade do povo. Não houve qualquer manipulação favorável ao Collor, cuja diplomação ocorreu porque tinha que ocorrer, já que ele tinha sido o vencedor do pleito, cujo resultado não foi contestado. O Ministro Francisco Rezek não fez favor algum ao Collor, não tendo assim nem como nem porque barganhar sua condução à chancelaria. Naquela ocasião, o Professor e Ministro Francisco Rezek já tinha um elevado prestígio como expert em direito internacional e era detentor de uma honorabilidade pessoal inquestionável. Collor o nomeou certamente para conferir maior peso e respeitabilidade ao seu ministério, sendo certo que o Chanceler Francisco Rezek exerceu suas elevadas funções com eficiência e inquestionável dignidade. De resto, durante os dois períodos em que atuou no STF o Ministro Francisco Rezek jamais teve qualquer voto posto em dúvida, jamais foi acusado de favorecimento a quem quer que seja. Todo homem público está sujeito a ser criticado, mas críticas a quem sempre teve uma vida limpa sempre devem ser feitas com muita cautela, para que o crítico não passe a ser merecedor de críticas."

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