Migafalhas, as falhas do Migalhas

8/3/2005
Abílio Neto

"Pernambucano tem consciência, pois não exportamos o que é ruim: essa peste do Severino Cavalcanti não é da Paraíba, é daqui mesmo. Acho que a Redação confundiu os Severino. É  da Paraíba sim, o maestro, músico e arranjador Severino Dias de Oliveira, o Sivuca. Já se foi o tempo em que tudo que não prestava, o pernambucano dizia que era da Paraíba. Sempre fui contrário a essa difamação. A Paraíba é uma terra maravilhosa. Em relação ao Severino pernambucano, segundo um vereador de João Alfredo, aquele teria prometido que numa viagem de Lula combinada com uma escapulida de Alencar, reeditaria Mombaça em grande estilo. Quanto à festa de João Alfredo, não houve nenhum representante da cultura popular de Pernambuco: não teve o coco de umbigada de D. Selma de Olinda (Severino o acha imoral); não teve o caboclo de lança de Nazaré da Mata (aquele caboclo parece desafiador); não teve a rabeca do mestre Salustiano (Severino acha que o povo não agüenta o som envolvente do forró da rabeca e cede às volúpias da carne); não teve a ciranda de Lia de Itamaracá (a ciranda se dança em círculos e de mãos dadas, e segundo Severino, é um incentivo à boiolagem); não teve a sanfona de Zé Bicudo (segundo Severino o povo fica muito assanhado quando ouve a sanfona); não teve o Cordel do Fogo Encantado de Arcoverde (porque Severino acha que Lirinha é um defensor do uso da maconha); não teve nenhum grupo de maracatu (segundo Severino aquele batuque lembra candomblé e isto é coisa do diabo). Enfim, em uma festa de intolerante, não foi cantada a embolada de Luiz Wanderley, Bode Cheiroso, se bem que Severino faz parte de outra espécie de bode, o religioso. Teve, afinal, Reginaldo Rossi e Agnaldo Timóteo. Ô festa brega!"

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