Falecimento - Carlos de Figueiredo Forbes

24/4/2010
Terencio Augusto Mariottini de Oliveira

"Beijem o morto e fechem o caixão ! Embora não fosse só isso o que passasse pela cabeça, era com esse pragmatismo e aparente frieza que costumava repor a vida nos trilhos (Migalhas 2.372 - 23/4/10 - "Falecimento" - clique aqui). Cremado, vai agora o amigo, sem epitáfio, livre da 'frialdade inorgânica da terra', 'livre dos operários da ruína', direto ao 'assento etéreo'. Quem conheceu o Dr. Carlos, o Dr. Forbes, o Carlos ou simplesmente o Dotõ, por décadas, por 5 minutos, e até mesmo os que apanharam por escrito sem ver a cara do algoz, sabem que estiveram diante do sobrenatural. O que precisa ser revelado aos juristas que nunca o conheceram, é que o Brasil ficou paupérrimo. Com todo respeito às ilustríssimas e excelentíssimas cabeças, a dele era um ponto fora da curva. Qual o segredo ? Leu tudo. Leu rápido. Leu profundamente. Entendeu tudo o que leu. Memorizou todos os dados, todos os nomes, todas as falas, todos os números. Fez bom uso desse dom. Um cérebro assim, com uma alma generosa e altruísta, com uma língua afiada, a disposição de um guerreiro e cordialidade de um lorde, francamente... Ele era imbatível e inimitável. Ele poderia ter feito carreira no setor público, mas sua paixão era lutar pela justiça do lado cá do balcão, como quer a mente livre de um profissional liberal. Era assim que queria e assim podia se apaixonar por uma causa. Uma que fosse simplesmente justa, sem pretensão pecuniária. As suas preferidas, registre-se. Unforgettable, foi ouvindo essa música que vi seu rosto pela última vez ! Doeu..."

 

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