Cotas

28/4/2010
Amanda de Abreu Cerqueira Carneiro - OAB/RJ 137.423

"O sistema de cotas é polêmico (para mim, falido, enquanto não houver educação do início), alvo de incontáveis discussões (Migalhas 2.374 - 27/4/10 - "Cotas"). Os casos de falhas no sistema instituído, principalmente por parte de nossos agentes, que não agem com isonomia e a favor da justiça social, gera polêmica. Legalidade existe, é óbvio. Contudo, é um problema que tem que começar a ser visto pelos nossos Governantes desde a alfabetização (educação de qualidade). Em razão dessa omissão, os 'filhinhos de papai' se encontram, hoje, nas faculdades federais. A maioria, pessoas com um bom padrão de vida, porque estudaram nas melhores escolas e cursos preparatórios (alguns, fora do país), tirando a chance de outros, que não tiveram a mesma oportunidade. Passam para as federais e até para as estaduais (ao mesmo tempo), tendo a chance de escolher a dedo a de maior renome na área pretendida. Olha aí o constante desrespeito. Quem não teve a mesma oportunidade de vida, tem que arrumar um emprego e após muito tempo, passa a ter um salário compatível para custear uma universidade particular, quiçá, razoável. Esse é o grande problema do sistema de cotas, que não é enxergado pelos entes. Manter uma turma na faculdade com alunos ricos e com outros, que estudaram em escola pública, conciliando com o trabalho, levantando as cinco da manhã, para pegar 3 ônibus, ou o trem e mais conduções, acompanhado de sua marmitex (passagem e só), é manter uma turma heterogênea. Para um professor da graduação, deve ser péssimo. Obviamente, o que teve direito ao sistema de cotas, com a máxima garra e esforço, não vai acompanhar o que teve tudo fácil na vida. Essa problemática é que faz eu ver o sistema de cotas sem sentido e falido. Não adianta, a educação tem que começar da alfabetização. A educação tem que ser boa, forte, com instalações e professores qualificados. Se os entes não possuem capacidade de transformar isso, fica difícil."

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