Migalheiros

30/6/2010
Adilson José Vieira Cordeiro - OAB/SP 115.018

"Boa tarde, senhores (Migalhas 2.415 - 25/6/10 - "OAB x STF")! Apenas em respeito à língua francesa, destaco que, s.m.j, a expressão 'bâtonnier', utilizada na migalha 'OAB X STF', veio sem o devido acento circunflexo e sem aspas, já que trata-se de estrangeirismo ainda não absorvido pela língua pátria. Ao menos é o que se denota de diversos textos que tratam o assunto, dos quais destaco trecho de Luiz O. Amaral - 'A trajetória dos advogados no Brasil' (clique aqui): 'Na França, contudo, consolida-se como corporação ('universitas personarum' dos romanos) por Ordenança de Felipe Valois e assume em definitivo o nome de Ordem, como confraria religiosa de advogados e procuradores ('avocats' e 'avoués'). Instalou-se na Capela do Palais, na pequena Isle de La Cité, onde nasceu Paris e onde, ainda hoje, funciona, transformada no Barreau leigo, sediada no mesmo Palais de Justice. 'Bâtonnier' era o advogado escolhido como homenagem à sua dignidade profissional, para, nos festejos a São Nicolau (Santo patrono dos advogados franceses), ostentar o 'bâton' (bastão) com as insígnias do Santo. Ao lado do 'Bâtonnier' sempre existiu na França a figura do 'doyen', ou seja, o advogado mais velho; essa tradição a França conserva até hoje. Antes indicava que o 'doyen' dispunha de poderes para administrar a classe. Hoje é só mera tradição esse título. O 'Bâtonnier' orienta, dirime dúvidas sobre a conduta profissional e ainda realiza atividades paternais e de conciliação em caso de conflito entre advogados. Como líder ou como chefe da classe, desde 1600 o 'Bâtonnier' é eleito. Este modelo francês é que nos serviu de inspiração, ao lado da Associação dos Advogados de Lisboa, primeiro para o Instituto da Ordem dos Advogados do Brasil e, depois, para a própria OAB." Atenciosamente,"

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