Habemus Papam

20/4/2005
Marcos Antonio Galdino

"O que se esperar do novo Papa? Pelo que sabemos, ou melhor, pelo que se tem notícia de Joseph Ratzinger, de agora em diante denominado Bento XVI? Acredito que não deve haver muita mudança em relação ao pontificado de João Paulo II, mesmo porque, o atual papa foi um dos seus principais conselheiros, na verdade, seu braço direito. Alguns apostam em um pontificado mais conservador, com uma investida na busca de parte do rebanho que encontra-se um tanto afastado da Igreja, tendo como alvo prioritário, a juventude. Tenhamos em mente que Bento XVI foi, entre outras coisas, o chefe da Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano, que nada mais nada menos, a antiga Santa Inquisição, cuja mudança de nome ocorreu no início do século XX (1908). Então, não devemos esperar uma mudança de linha doutrinária, ou ainda, não se espere que ele promova a liberação do celibato, a volta dos padres casados ao sacerdócio, a liberação do uso da camisinha, o casamento gay, nem tampouco a ordenação de mulheres para exercer as funções sacerdotais. Talvez vejamos uma tentativa de revigoramento da igreja, para enfrentar o crescimento do protestantismo, em especial os pentecostais. Da vida anterior ao sacerdócio, sabemos que Bento XVI foi um soldado do exército alemão, com participação na II Grande Guerra, cuja participação é um tanto quanto confusa, com história de deserção, etc. Temos, então, duas histórias diferentes entre o ex e o atual Sumo Pontifície da Igreja Católica: Até onde sabemos, João Paulo II tem uma história de luta na resistência à invasão de seu País, a Polônia, invadida pela Alemanha nazista; Enquanto Bento XVI, embora não tenhamos relatos de uma participação nazista, integrou o exército alemão. A seu favor, devemos supor que sua participação no exército ocorreu por uma obrigação cívica, como alistamento Militar obrigatório, etc. Além do mais, o seu pai, que era policial, sofreu represarias por se manifestar contra o nazismo; então, entendemos que Bento XVI não foi nazista. Só nos resta esperar e rezar para que a escolha dos Cardeais tenha decorrido por inspiração divina e não por mera politicagem, porque, queiramos ou não, ainda é grande a importância da Igreja Católica no mundo, e devemos ter em mente, inclusive os não católicos, que quem ocupa a sua chefia deve estar à altura das dificuldades e desafios a serem enfrentados no dia a dia do mundo."

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