Efeméride

22/9/2010
Lilian Carla de Oliveira
"É com imensa revolta que me dirijo a vocês neste final de tarde, pois apesar do merecido reconhecimento da importância do Dia da Árvore comemorada nesta data, hoje também é o Dia Nacional de Luta dos Portadores de Deficiência que, da mesma forma como visamos a divulgação do Dia da Árvore para conscientização da sua importância e a indispensabilidade de sua existência, as pessoas com deficiências também devem ser evidenciadas, encorajas e reconhecidas, principalmente nesta data. O Dia Nacional de Luta dos Portadores de Deficiência pouco apareceu ou nada apareceu neste dia de hoje, demonstrando como a sociedade  mantém essa importante parcela da população excluída de seu seio, pois celebrar um dia de preservação de um ser inanimado é ovacionado por todos, mas entrar na briga, se comprometer, divulgar, compreender e trabalhar políticas de inclusão das pessoas com deficiência isso não parece ser tão importante como a preservação da natureza, porque se fosse, pelo menos alguma pequena nota teria na imprensa. De fato, devemos preservar qualquer forma de vida, eis que a nossa sobrevivência depende muito de um planeta saudável e sustentável, contudo, o reconhecimento das pessoas com deficiência como nossos semelhantes e a garantia de que eles sejam tratados como gostaríamos que nos tratassem, isso é imprescindível para a convivência interpessoal, uma vez que só conseguimos estar em harmonia com a natureza quando primeiro estamos bem e respeitamos as pessoas que nos cercam. A instituição da comemoração deste dia foi instituída em 1982, na tentativa de fortalecer a luta em busca do pleno cumprimento dos direitos das pessoas com deficiência, garantindo a estas pessoas, que tanto sofrem com as milhares formas de inclusão negligenciadas, respeito e compreensão não lhe dirigidos. É certo que a nossa preocupação não deve se restringir a uma data, mas deve ser constante, perseverante e solidária, para que as pessoas com deficiência física, mental ou sensorial possam ser compreendidas não como um peso para a sociedade e sim como uma maneira de desenvolvimento, aceitação e quebra dos preconceitos de que somos rodeados. Ao levantarmos a bandeira de celebração do Dia da Árvore, devemos com o outro braço estender a mão para as pessoas com deficiência, que encontram inúmeras dificuldades no seu dia-a-dia, talvez obstáculos muito maiores do que os vivenciados pelas árvores, pois, por mais que elas sintam, nada se compara com a dor de ser rejeitado por ser visto como 'diferente' por parte da sociedade. Essa situação só vai mudar quando compreendermos que os 'errados', 'insensíveis' e 'sem eficiência' somos nós, que somos incapazes de amar e respeitar o próximo só porque muitas vezes o ideal de normalidade é aquele que todos os dias reconhecemos no espelho. Atenciosamente,"
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