Arte

23/9/2010
Glauco Gobbi

"Muito infeliz foi a manifestação da nossa Ordem, uma vez que manifestou-se contrária ao princípio da liberdade de expressão e, ao fazer isto, também prejudicou o direito à informação e à cultura pelo público do artista (Migalhas 2.474 - 20/9/10 - "Arte - I" - clique aqui). Nem se faz necessário ratificar aqui que o público ao qual se expõem as obras tem interesse e procura, de per si, tomar conhecimento do objeto (nada lhe é imposto). Além, asseverar que uma arte envolvendo imagens que contenham relativo e contestável nível de violência nada mais é do que uma forma de censurar a livre exposição do pensamento. Se obras como as apontadas podem ser censuradas, logo, todos os filmes que envolvam guerras, assassinatos políticos, mortes, armas, e outras manifestações que exteriorizam a face violenta do ser humano - que todos possuem e que é realidade incontestável desde os primórdios da humanidade - deverão também ser censuradas (o que se refletiria em um estado autoritário e covarde). Realmente fiquei decepcionado com esta atuação respaldada em evidentes anseios políticos praticada pela OAB. A comunidade jurídica pode e DEVE se manifestar contra qualquer tipo de censura. No caso de sucesso na censura almejada, devemos nos posicionar de forma a atacar estas posições hipócritas e arcaicas, uma vez que seria aberto precedente para maiores e piores censuras no futuro."

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