Eleições

27/9/2010
Francisco Bueno

"Pensando com 'P'. Prezado público, Percebendo o padecimento do povo, pus-me a pensar : por que os políticos prometem programas prodigiosos para a promoção dos pobres e, passado o pleito, prostituem-se no plenário dos palácios preocupando-se com  prestígio pessoal próprio de príncipes ? Protagonistas principais (pleonasmo proposital) de projetos patéticos, parte dos políticos preocupa-se com as passarelas do poder prostrando os plebeus no porão da penúria. O prazer, a pompa e o protocolo passam a povoar os seus pensamentos. A população, perplexa, presencia a pauperização do patrimônio público, pouco a pouco privatizado.  Prorrompendo-se em prantos, o povo perde o posto para profissionais dos países presenteados pela passagem da propriedade do patrimônio pátrio pelo poder público, porém procuradores, principalmente  parlamentares,  não perdem a pose nem a prosa e, publicamente,  pregando como profetas, proclamam proficiência, prenunciam o progresso  e pedem-nos que pautemos os procedimentos  pela prudência. Por que pôr em prática promessas de palanques se o papel do povo é o de pedir, pedir e pedir,  e o dos políticos é o de pô-lo no picadeiro como palhaço ? A propósito, as palavras 'picadeiro' e 'palhaço' parecem  próprias do povo deste país percorrido e patenteado, primeiramente, pelos portugueses. Processo penal para poderosos, possibilitando prisão preventiva, é pura piada. Punição pesada só para pobre, preto e prostituta, prisioneiros perpétuos do preconceito de pessoas portadoras de pensamentos poluídos pela presença permanente da prepotência. Preceitos penais e processuais penais projetam-se às pressas e, por isso, pouco se prende e a polícia, perdendo ponto para a população, paga o pato. Postamo-nos no planeta como personagens de peça paranóica. As páginas da peça provam que procedemos da pior progênie. Perdidos, pois, nos pensamentos e perdida a paciência, procuramos, em pânico, os profissionais de psicologia e psiquiatria. Do púlpito, padres e pastores pedem proteção ao Pai, porém as preces parecem (parecem) perder poder perante as perversidades praticadas por pessoas presas pelo pecado e, por isso, podres em princípios promotores da paz do próximo. Podemos perceber poucos partilhando o pão. Permita-nos, ó Pai, podermos presenciar o perecimento dos princípios podres. Permita-nos, ó Pai, presenciarmos o parto da paz para podermos passar do purgatório para o paraíso prometido !"

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