Juridiquês

26/4/2005
Siddharta de Oliveira Campos

"Estultice é achar que o certo no mundo jurídico é falar bonito e rebuscado pra manter um status quo. Ora, que ridículo! Quando vocês escrevem estultice, neste boletim, está falando para pessoas do ramo jurídico, que têm por obrigação dominar o vernáculo. Mas quando um juiz dá uma sentença, ou quando um advogado se dirige ao cliente, é mais do que obrigatório que ele se faça entender. A frase do desembargador resume o pensamento dos dominantes: "Há que se manter uma certa FIDALGUIA da língua, senão vamos cair num rameirão que até tira um pouco da sua MAJESTADE e da própria Justiça." Ora, onde ele pensa que está? A monarquia acabou há alguns séculos! Se querem reis, vão morar na Inglaterra! Aqui temos um povo que mal sabe ler, e são eles que mais necessitam do Direito, pois são explorados por pessoas inescrupulosas que só olham para o próprio umbigo e fingem espanto quando descobrem que nem todo mundo no Brasil come caviar. Deve-se lembrar que os juízes e promotores são SERVIDORES públicos. Se você tem um computador de última geração, o melhor do mundo, mas o sistema operacional está em chinês, o que você vai fazer? Aprender chinês ou usar um outro computador, não tão poderoso, que fale a sua língua?"

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