Artigo - Uma preocupante visão de futuro do Estado brasileiro 21/10/2010 Rivadávia Rosa "O artigo 'Uma preocupante visão de futuro do Estado brasileiro', de Ovídio Rocha Barros Sandoval, com sua análise sociopolítica – aponta os sinais evidentes que demonstram o avanço totalitário no país (Migalhas 2.494 - 20/10/10 - "Estado totalitário" - clique aqui). Por isso e, justamente por isso, não podemos olvidar a advertência de quem viveu e sobreviveu ao totalitarismo. 'Para combater o totalitarismo, basta compreender uma única coisa : o totalitarismo é a negação mais radical da liberdade. No entanto, essa negação da liberdade é comum a todas as tiranias e não é de importância fundamental para compreender a natureza peculiar do totalitarismo. Contudo, quem não se mobiliza quando a liberdade está sob ameaça jamais se mobilizará por coisa alguma'. - ARENDT, Hannah. Compreender – formação, exílio e totalitarismo (Ensaios – 1930-1954). Belo Horizonte/MG : Editora UFMG/CIA. LETRAS, 2008, p. 347. 'O totalitarismo é uma máquina de tremenda eficácia. A ideologia comunista propõe a imagem de uma sociedade melhor e nos incita a desejá-la : não faz parte da identidade humana o desejo de transformar o mundo em nome de um ideal ? (...) Além do mais, a sociedade comunista priva o indivíduo de suas responsabilidades : são sempre 'eles' que decidem. Ora, a responsabilidade é frequentemente um fardo pesado a ser carregado (...) A atração pelo sistema totalitário, experimentado inconscientemente por numerosos indivíduos, provém de um certo medo da liberdade e da responsabilidade – o que explica a popularidade de todos os regimes autoritários'. TZVETAN TODOROV, filósofo e linguista búlgaro, radicado em Paris desde 1963 (1939 – Sofia/Bulgária). 'Caçaram os judeus e eu nada fiz porque não era judeu; depois prearam os protestantes e eu nada fiz porque não era protestante; o mesmo foi feito com os católicos e eu nada fiz porque não era católico; até que chegou a minha vez e eu não tinha com quem fazer alguma coisa, porque não havia mais com quem agrupar-me'. – ['Cuando vinieron a buscar a los judíos, callé: yo no era judío. Cuando vinieron a buscar a los comunistas, callé: yo no era comunista. Cuando vinieron a buscar a los sindicalistas, callé: yo no era sindicalista. Cuando vinieron por mí, ya no había nadie para protestar”.] Monólogo de Martin Niemöller – 1933, atribuído erroneamente ao teatrólogo comunista Bertolt Brecht. MARTIN NIEMÖLLER (1891-1984) - pastor protestante, vítima do Holocausto e símbolo da resistência aos nazistas; foi comandante de submarino alemão na II Guerra Mundial, apoiou o partido nazista desde meados da década de 1920; estudou teologia, foi nomeado pastor da paróquia Berlim-Dahlem, em 1931; após a ascensão de Adolf Hitler ao poder, tornou-se figura chave no que se tornou a oposição da Igreja Confessante à interferência nazista na Igreja; preso em campos de concentração de 1938 a 1945; depois da guerra teve papel importante no arrependimento e na renovação da Igreja Evangélica. Parabéns ao articulista por sua lúcida percepção da nossa triste realidade sociopolítica." Envie sua Migalha