MASP 3/11/2010 Pedro Luís de Campos Vergueiro "Com a devida vênia de quem pensa de forma diversa, efemeridade não condiz com obra de arte. Esta, a verdadeira obra de arte, é feita para durar 'ad aeternum'. Colar adesivos no prédio do MASP para, diz a autora do projeto, imitar um 'céu azul ficcional', é total e absolutamente desnecessário para dar à edificação qualquer destaque : como idealizado pela arquiteta Lina Bo Bardi, o prédio sobressai e impressiona pelo arrojo de sua forma. O projeto em execução destoa totalmente da grandeza da obra da arquiteta que, penso, jamais admitiria cedê-lo para esse projeto de colagem (será que as normas de seu tombamento permitem tal modificação do seu visual ?). Seria o caso de indagar ao Oscar Niemeyer se ele gostaria de ter um de seus alvos prédios, como o auditório do Parque do Ibirapuera, objeto de um trabalho de colagem dessa natureza. Transformar o prédio do MASP numa 'caixa bordada' não é manifestação de carinho; ao revés, é aviltar o vigor, a majestade, a imponência da edificação. Céu ? Para quê ? Quem levanta os olhos para admirar o edifício tem ao fundo o céu verdadeiro, com ou sem nuvens, por moldura. Melhor seria que o patrocínio e o custo das despesas correspondentes fossem direcionados para a realização de um cuidadoso trabalho de manutenção e conservação do edifício que não é, decididamente, uma obra efêmera. Enfim, é duvidoso que essa transformação do visual externo vá impulsionar o conhecimento interno do museu." Envie sua Migalha