Passaportes

13/1/2011
José Fernandes da Silva - OAB/SP 62.327

"Sr. Editor. Quero discordar da sua afirmação de que esse episódio dos passaportes seja uma 'carteirada diplomática' e uma bobagem discuti-lo (Migalhas 2.548 - 13/1/11 - "Passaportes"). O que penso e sempre pensei é que, num país que ser grande e justo, não há lugar para tolerar qualquer tipo de 'esperteza', qualquer tipo de 'privilégio', enfim, qualquer tipo de corrupção. Esta, a corrupção, não deve, a meu modo de ver, ser encarada pelo tamanho do prejuízo ou do escândalo. Quero dizer: toda vez que nós toleramos qualquer deslize, por menor que ele seja, estamos escancarando as portas da impunidade, da leniência, da conivência. Corrupção não é somente subornar o guarda, dar propina ao agente público, estacionar na calçada, etc., como às vezes os cidadãos distraídos exemplificam as 'pequenas falhas'. Enfim, sou adepto da política de 'tolerância zero', como antídoto eficaz para prevenir grandes desmandos de corrupção. Observo, ainda, que, para mim, o exemplo ruim, quando vem de cima, se reproduz fatalmente nas camadas mais baixas. Esse fenômeno social, ao que concluo, não é só do brasileiro, mas entre nós é tão palpável que basta olhar o que ocorre no dia-a-dia."

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