Falecimento - Alfredo José Bumachar Filho

26/4/2011
José Benedito Neves

"Só ontem, 25 de abril de 2011, soube do falecimento do meu amigo Alfredo Bumachar Filho, ocorrido no final do ano passado (Migalhas 2.458 - 25/8/10 - "Falecimento e missa"). Lamentável esse afastamento de tão perto e esse reencontro de forma tão chocante. Eu e o 'Buma' fomos colegas de classe da primeira turma da FMU, em São Paulo. Colamos grau em 1972 e, em 1973, devidamente aprovados no exame de Ordem, começamos nossa carreira de advogados. Nós e tantos outros colegas, como a Elza Maria, o Lauro Danna, o Habib Cury, o Newton Romany e muitos mais, da Turma do Fundão... Fomos alunos de celebridades como Edgar Magalhães Noronha, Rui Barbosa Nogueira, Ulisses Guimarães, Américo Lacombe, Amaury Mascaro do Nascimento, Ruy Rebello Pinho, Ney de Mello Almada e mais, do mesmo nível, que nos deixaram os ensinamentos e as saudades daquela época dourada! Mas, o 'Buma', já feito advogado, não se conformou de ficar fazendo estágios, marcando passos e, assim, lançou voos mais altos. Mudou-se para o Rio de Janeiro, indo trabalhar no escritório de um tio, Dr. Alberto Bumachar, grande falencista à época. 'Buma' marcou presença. Falávamos, então, sistematicamente e toda vez que vinha a São Paulo, encontrávamo-nos para um almoço, um café, ou para uma simples matança de saudade. O 'Buma' era muito legal! Depois de algum tempo e de muita experiência, foi nomeado para presidir a Comissão de Reforma da lei de falências e, daí, dedicou-se de corpo e alma. Só falava nisso! Tinha ideias avançadas, como ele próprio àquele tempo. Em meu escritório, em São Paulo, travamos muitas conversas e discussões sobre aquele projeto que ele tinha como se fosse seu próprio filho. Dedicou-se; decepcionou-se algumas vezes; mas, o certo é que venceu. Hoje, a lei de recuperações de empresas que está aí sendo elogiada por todos aqueles que operam no Direito, aqueles que dela se valem, como devedores (recuperandos) e aqueles que nela se inserem como credores. O 'Buma', certamente, ficou feliz. Ele foi o verdadeiro pai dessa criança sadia e de vida próspera. Sei que chegou a conviver com sua criatura e dela tirou ensinamentos e aplicou-os com seu costumeiro bom senso e sua ímpar inteligência. Só numa coisa o 'Buma' falhou: foi quando nos deixou, prematuramente! Bem que ele podia viver muito mais para nos dar a alegria de termos sua amizade por mais tempo. Sentiremos muito a sua falta, como já sentíamos sua ausência quando nos distanciamos por algum tempo. Mas o 'Buma', certamente estará inspirando a Juliana, sua querida filha, a seguir seus passos. Meu falecido pai, grande Mestre Educador sempre repetia que 'quem sai aos seus, não degenera'. Certamente assim serão os descendentes do querido 'Buma', meu amigo Alfredo Bumachar Filho. Que Deus o tenha! Saudades,"

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