Crise política

19/7/2005
Antonio do Vale

"Matar é crime, mas será um crime menos grave se todos forem acusados de matar. Esta é a incrível tese dos advogados que se escondem atrás da cortina e sopram o texto aos sincronizados dirigentes do PT, o partido que sempre se apresentou como guardião da moralidade pública, até ser revelado como o mais corrupto da história republicana no Brasil. Em estratégica entrevista de Paris, obviamente bem engendrada e claramente não dirigida aos franceses, para ser veiculada pela emissora porta-voz dos governos brasileiros, o Presidente Lula, em pessoa, detona mais uma etapa da coordenada justificativa - a única que Roberto Jefferson lhes indicou - para a corrupção confessada de seu partido, mediante, entre outras coisas, transferência com a ajuda de intermediários ladravazes de dinheiro de empresas públicas para campanhas eleitorais, para cooptação de parlamentares a interesses legislativos e, claro, para os próprios bolsos, que ninguém é de ferro. Se todos fazem, tivemos de fazer também, contra a nossa vontade - é a cândida explicação dos petistas, com a cara mais dissimulada do mundo. A pergunta, para encurtar o assunto e tentar fazê-lo adequado ao Boletim Migalhas, é se o povo pode também fazer justiça com as próprias mãos quando se vê diante da criminalidade exacerbada que nos cerca, já que para Lula e seus colaboradores diretos, o crime deve ser imputado ao sistema em que vivemos e não a eles, seres humanos completamente honestos."

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