Desagravo migalheiro

19/7/2005
Radam Nakai Nunes - advogado em Brasília

"Quero me solidarizar com o "desabafo" do ilustre colega Alexandre Thiollier, publicado no Migalhas 1.211. Comungo da idéia, de que a OAB desviou suas atribuições e finalidades históricas, quando preferiu trilhar os caminhos dos pleitos políticos, esquecendo seu bem mais valioso - os advogados -. Primeiro, entendo que a OAB, deve resistir, com rigor a "indústria dos bacharéis em direito". Aonde queremos chegar com a formação de um futuro profissional despreparado? Como disse o respeitado Alberto Silva Franco, "a reforma do judiciário esqueceu de reformar o juiz autista". Segundo, entendo que  a OAB está igual ao Brasil, arrecada mais do que pode e investe menos do que deveria em seus objetivos(advogados e sociedade). Terceiro, tenho 08 anos de experiência como advogado militante, e nunca nesses anos tive tanta dificuldade em obter liminares, seja em qualquer ramo do direito. Quando converso com um magistrado, seja de qualquer instância, lembro-me do artigo sobre o "JUIZ AUTISTA", ou seja, não há julgamento, mas um jogo de loteria, onde uma liminares são deferidas e outras não, sem qualquer critério. Quando, vou ao setor administrativo, pleitear urgência, em razão da necessidade, o funcionário me responde: "Dr. em vinte dias seu pedido de informação do Mandado de Segurança ou Habeas Corpus, será enviado à autoridade coatora", somando-se aos vinte da interposição, já se passou 40 dias, sem qualquer pronunciamento do desembargador. Ainda, corro o risco de quando chegar ao conhecimento da autoridade coatora, esta decidir favoravelmente ao meu cliente, ou seja, perdi todo o meu tempo no Tribunal. portanto, seria função da OAB esclarecer para os operadores do direito (adovogados, juizes e promotores e funcionários administrativo) que o processo cautelar ou o moderno instituto da tutela antecipada é para ser usado e não resistido, sob o pretexto, de que não foi bem explicado pelo advogado ou que se conceder a liminar, "alguém (imprensa) achará que o magistrado foi comprado". Por último, como sugestão, acredito que a OAB deveria fazer uma campanha institucional para a sociedade em geral, alertando para o fato de que nem todos os advogados são desonestos ou mau- caráter. Já ouvi de uma cliente: "Dr. eu não acredito em advogado, pois já levei alguns canos. Logo, gostaria que o Sr. assinasse um documento em cartório de registro de documentos para confirmar o que está dizendo". Esta atitude, que não é rara, revela o grau de credibilidade que o advogado possui na sociedade. Alguma ação deve ser desencadeada e para isso contamos com a OAB, que é o nosso órgão representativo."

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