Crise política

20/7/2005
José Renato M. de Almeida - Salvador/Bahia

"O roteiro atual é semelhante ao das outras investigações de escândalos políticos -monetários no Congresso. Exonera-se do cargo e expulsa-se dos partidos os pegados com a boca na botija e os suspeitos acusados ou apenas mencionados. Amplia-se o leque das investigações até não mais suportar e, em vista de tantos envolvidos, conclui-se que as regras do jogo são impraticáveis. Propõe-se então uma reforma que sane de vez todas as possibilidades de fraude e corrupção, mas que nunca é suficientemente acertada, nem votada. Enfim, levantam-se todas as provas até as penúltimas conseqüências e - após tanta indignação por parte de todos os acusados, dos investigadores, da mídia e da sociedade, gerando durante meses rios de denúncias e furos diários de reportagem - perdem-se todos na montanha de documentos de provas e chega-se à última etapa com a singela pergunta: "O que era mesmo que estávamos investigando?" E assim, permanecem as condições de corrupção até a chegada de novo mega-escândalo. O sistema de voto eletrônico virtual - sem impressão do voto que permita auditagem - pode ser culpado pelo próximo."

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