Rafinha Bastos

"Concordo plenamente com Dennys Zimmermann. Já não é a primeira vez que este rotativo profere precipitado pré-julgamento de causa alheia, posicionando-se descaradamente a favor de um dos contendores. Sem falar na excessiva adulação, que espero ser concedida ao advogado a ser contratado pelo nobre humorista (Migalhas 2.737 - 18/10/11 - "Injurioso" - clique aqui). Ademais, a frase 'maldita' foi proferida dentro de um contexto próprio, onde sátiras e piadinhas de todos os níveis são toleráveis. Ou será que o comediante estava no Fantástico dando uma entrevista? Quem assiste Late Show with David Letterman está acostumado a ouvir coisas muito piores que isto proferidas por seus convidados, pois lá, no país das liberdades, liberdade é coisa séria. Alguém se lembra do leading case pela liberdade de expressão nos Estados Unidos? Em 1983, Hustler publicou a paródia de um anúncio do Campari tendo o reverendo Jerry Falwell - um bastião da moralidade da extrema direita naquele país - como vítima. A publicidade brincava com a perda da virgindade de Falwell através do incesto com a mãe. O processo movido pelo pastor demorou vários anos e teve lances espetaculares, até que em 1988 a Suprema Corte dos Estados Unidos deu ganho de causa a Flynt. Este caso deverá ser parâmetro de julgamento para esta ação. E espero que quando o respeitável magistrado, Câmara, órgão julgador, Ministro, plenário... etc., julgarem pela improcedência da pretensão dos autores este matutino se lembre de suas palavras e posicionamento."