Crise política

22/7/2005
Marcos José do Nascimento

"No que se refere à liberdade com que recebe as diversas mensagens, nas suas mais variadas maneiras de tratar dos assuntos, o site Migalhas supera, em muito, algumas redações de jornais e revistas. A crise que se instalou nos últimos dias, maior do que se pode imaginar, maior do que se pode perquirir com a nossa inteligência tem dimensões para além do que mostra a grande maioria da imprensa nativa, que, nos seus veículos tradicionais mantém um discurso uníssono e sempre à espreita de um novo ângulo de mais um fato que possa parecer escandaloso, a fim de impressionar mais a parcela que lê e vê, mas que não tem senso crítico, parcela essa que vive de alimentar-se no noticiário com algum fato novo escandaloso, que se indigna, mas que, ao mesmo tempo, não se peja de subornar alguém com alguns trocados, para livrar-se de algum possível incômodo, o famoso trocado para a cervejinha, ou o jeitinho que pode ser dado na situação. O fato é que a maioria da imprensa comporta-se de maneira parcial e sintonizada com o que pensa o PSDB e o PFL, interessados em que as apurações limitem-se a período posterior a 2003, como se a corrupção tivesse nascido, neste país, nos últimos dois anos, algo que somente a velhinha de Taubaté é capaz de crer. Não defendemos a inocência de nenhuma das figuras que vêm se apresentando até aqui, assim como esperamos o fim das apurações para ver o quanto de culpa cada um carrega, diante das provas produzidas a exaustão. Cremos que a aplicação da lei deve ser uniforme a todos os envolvidos, no seu grau de envolvimento nos negócios escusos entre o público e o privado, no entanto desconfiamos da grande imprensa nativa assim como de parcela dos parlamentares da CPMI dos Correios, pois, ao mesmo tempo em que indagam da origem do contrato do defensor do ex-tesoureiro, idêntica indagação não fizeram à ex-secretária de Marcos Valério, que é defendida por um dos mais caros advogados de Belo Horizonte. Outro fato notório é que a imprensa omitiu que a firma da qual o filho do Presidente Lula é sócio, ao receber a proposta de aporte de R$ 5 milhões, em 2004, já faturava em torno de R$ 400 mil mensais, tendo recebido tratamento bem diferenciado do filho do Ex-Presidente FHC, empregado na Light, após privatizada no governo do pai, assim como a história não apurada do Stand de propaganda com dinheiro público na Europa. Esses dois fato, por si só, falam contra a nossa imprensa nativa, dando o tom do quanto ela está ligada a interesses outros, que não a verdade. Há inúmeros exemplos e que podem ser produzidos aos montes, infelizmente. E essa mesma imprensa reclamava da censura (que não defendemos) durante do regime militar, veio a queda da censura, mas só isto não bastou para termos órgãos de divulgação de qualidade e com isenção."

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