Crise

"Preliminarmente quero deixar claro que não tenho simpatias nem por tucanos nem por petistas. Muito menos por pefelistas e outros quejandos. O que me espanta é essa linha única de defesa dos petistas ao se inflamarem com o argumento de que os oito anos de privataria dos tucanos foi muito mais danoso para o Brasil do que aquilo que se vê hoje. Dizer que a dívida externa quintuplicou no governo do sociólogo é no mínimo ignorar que até um determinado tempo o que se entendia por dívida externa estava circunscrito aos empréstimos tomados pelo Governo Federal e que a partir daí mudou-se o referencial, pois o Tesouro Nacional absorveu (através de negociações com estados e municípios) a dívida dos Estados e dos Municípios. Falar em quintuplicar a dívida é estar mal informado, ingenuidade ou má fé mesmo. De todo modo, essa insistência em ficar comparando períodos, em nada diminui a carga de lama e indecência que hoje se presencia no cenário político nacional. Ou será que adquirir R$ 5,2 milhões em participação em empresa de filho do presidente da república, empresa essa criada um mês antes da operação, é coisa corriqueira de mercado? Tenha a santa paciência! Outros erraram? Certamente. Criticá-los em vez de passar a limpo o que aí está, certamente não é a melhor solução. É inaceitável. Que se dote medidas de correção dos procedimentos para então, mas só então, buscar um crédito de confiança da nação e concluir esse mandato que tanto a todos nós decepcionou. Ainda há oportunidade para um fio de esperança. Venha ainda que tarde, mas venha, é o que espero."