Custas judiciais

26/10/2005
Cleanto Farina Weidlich – migalheiro, Carazinho/RS

"O noticiário nacional desses dias de primavera, estampa como o florir das espécies nesse ciclo na vida planetária, movimentos da OAB/Nacional (Migalhas quentes – "OAB lança campanha para redução de custas judiciais" – clique aqui), contra o alto valor das custas judiciais. Sobre tão importante tema, já andei migalhando alhures, inclusive sugerindo ao filho/sócio da banca, que investigasse em monografia jurídica o assunto. Discordo dos ecos urdidos, pela OAB/Nacional. As custas não são altas, são mal cobradas! Pois, assim como nas relações de consumo, não se pode exigir o preço antes da entrega da mercadoria, devemos defender a idéia do recolhimento das custas ao final, rente à entrega da prestação jurisdicional, e forte ainda, nos processos litigiosos, somente pela parte vencida ou sucumbente. Somente, envolvendo o sistema judiciário, com a visão dos princípios da efetividade, da economia processual e engendrando no sistema uma fórmula de remunerar os juízes, também, por produção no seu trabalho, é que poderemos, aos poucos desenvolver uma modificação cultural, que proporcione alguma melhoria no mínimo sistema, agonizante sistema judiciário brasileiro. Esses movimentos e reclamos devem ser apoiados pela sociedade, mas carecem de um enfoque e propulsão, que pense em alterações que beneficiem os jurisdicionados de forma efetiva e prática, ou seja, é só pensar que o processo - como instrumento e ferramenta de realização da justiça - deve ter, início, meio e fim, e que, ...

Sentença entranhada de nada serve aos interesses de tantos quantos buscam na justiça humana sua última esperança, senão a penúltima.

 

...'muitas vezes se esquece que o processo alberga provas as mais variadas; esquece-se que o processo tem circunstâncias fáticas e jurídicas, esquece-se que o processo tem rosto, tem gente, tem sentimento, tem angústia, tem dor, tem amor (tem ódio, tem inveja, tem egoísmo, tem vaidade, tem orgulho, tem mentira, tem verdade) tem cidadania e, acima de tudo tem que ter justiça'. (Citações retiradas, em parte, do Discurso de Posse do Desembargador Adão Sérgio do Nascimento Cassiano, pub. na RTJ/RS n° 208)."

Envie sua Migalha