Desarmamento

"Não obstante o resultado do referendo dar vitória acachapante ao 'Não'; não obstante o 'não', no caso, signifique menos a resposta ao referendo mal feito e de sua indagação ilógica e passível de confusão, mas, isso sim, o repúdio dos cidadãos às políticas governamentais, principalmente no que diz respeito à segurança dos cidadãos; não obstante a insatisfação claramente demonstrada pelo povo brasileiro com a inércia do governo federal com relação ao tema segurança; não obstante a notoriedade da insegurança pública frente a meliantes cada vez mais estruturados e diante de forças de segurança que não tem força para segurar nada, e muito menos vontade para tanto; é surpreendente que o Secretário Nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Correa afirme que 'A nossa política é lógica, tem rigor científico e um rumo. Recebemos as críticas, mas não vamos nos desviar'. Diz ele, ainda, que 'ou a gente chora, ou trabalha com o que tem, tirando o máximo dos parcos recursos disponíveis'. É incrível que nesse mesmo país que, como diz o mesmo secretário, 'vivemos com pobreza, com crianças sem escola e sem saneamento', motivo pelo qual 'a segurança reproduz a realidade brasileira', nosso presidente, seus companheiros, amigos, asseclas e apaniguados, assim como nossos deputados, gastem, respectivamente, 1 bilhão e 159 milhões com viagens nababescas e absurdas, sem qualquer propósito útil, feitas todas por razões meramente turísticas, deixando à míngua de proteção o cidadão brasileiro, alegando que não há dinheiro para tal finalidade. Compreendendo que deixar de roubar e se locupletar do que é de todos pode ser, realmente difícil, seria bom que, a par das metas de inflação, fosse estabelecido um percentual, sobre o PIB, para ser roubado, criando-se um teto que não poderia ser ultrapassado. Aí então seria possível avaliar quem, realmente, é mais rápido, ou mais malandro."