Artigo - O fator previdenciário e sua perversão 6/12/2013 Adauri de Melo Cury "Os aposentados em valores superiores ao valor do salário mínimo têm do que reclamar: desde o ano de 2000 estão submetidos a perdas que progressivamente estão reduzindo seus proventos para o nível do salário mínimo (Migalhas 3.264 - 6/12/13 - "Fator previdenciário" - clique aqui). Aqueles que contribuíram com mais estão sendo nivelados aos que contribuíram com menos, em evidente atentado à isonomia. Quem tem o privilégio de desfrutar de mais de uma aposentadoria ou de não depender do sistema oficial de previdência social não tem do que reclamar: todos os demais estão sendo reiteradamente prejudicados. Incumbe, pois, aos prejudicados, se prevenirem contra o esquecimento. Antes, durante e depois das eleições, incumbe aos aposentados manter viva a lembrança que desde o ano de 2000 a parcela equivalente a um salário mínimo dos seus proventos vem sendo subreajustadas. Tem sido assim porque até o valor de um salário mínimo os proventos das aposentadorias não estão sendo reajustados por um mesmo e único índice, de modo a propiciar tratamento igualitário a todos os aposentados. A aplicação de índices menores para os proventos acima do salário mínimo e índices maiores para os proventos iguais ao salário mínimo significa subvencionar as aposentadorias de um salário com o que o Governo retira daqueles que contribuíram e que auferem proventos superiores ao salário. Incumbe, pois, aos aposentados, defender que a isonomia estará, sempre, em reajustar com um único índice o valor de até um salário mínimo contido nos proventos do universo dos aposentados, praticando índices diferenciados, quando for o caso, apenas no que exceder a um salário mínimo. Não é como ocorre há mais de um decênio, o que recomenda que os aposentados não esqueçam de atribuir seu empobrecimento aos governos e aos partidos dirigentes. Antes, durante e após as eleições os aposentados devem reclamar o aumento real que não tiveram há mais de uma década: devem prestar seu apoio e seu voto aos que efetivamente representem seus interesses, aos que não manifestem o raciocínio malicioso de que passadas as eleições não haverá mais desgaste político eleitoral com o empobrecimento dos aposentados. Os aposentados vivem um tempo em que o próprio governo autoriza aumentos setoriais superiores ao que aplica na atualização dos seus proventos, como está a fazer, atualmente, com os planos de saúde. Os aposentados não podem esquecer, como um tributo à memória do que recolheram a maior para a previdência social, os nomes daqueles que os estão marginalizando. Nas eleições, os aposentados devem direcionar seus votos, apenas, àqueles que manifestem compromisso formal e escrito com a defesa, com independência, dos seus mais justos e legítimos interesses. Sem a união em torno da defesa intransigente dos seus interesses, nada deterá a exploração e a espoliação dos aposentados pela classe política dirigente e negligente." Envie sua Migalha