Artigo - A rendição da Crimeia

18/3/2014
Norton Seng

"Pelo que se pode depreender do texto, a Crimeia teria que fazer dois plebiscitos: um para fazer valer a sua autodeterminação de confirmar que deseja se tornar independente da Ucrânia e, depois, outro para confirmar que deseja a sua anexação à Rússia (Migalhas 3.329 - 18/3/14 - "A rendição da Crimeia" - clique aqui). Um claro non-sense. Além disso, a Crimeia é formada por quase 60% de russos e uns 20% de tártaros e, mais importante que esse forte detalhe, é que 97% da população votou pela anexação à Rússia. Quais as provas de que houve pressão do governo russo nessa apuração? Por que a Europa ou quem quer que seja não poderia estar satisfeito com esse resultado? Afinal, a autodeterminação dos povos preceituada pelo Direito Internacional, pelo bom senso, e pelos regulamentos da ONU só deverá ser respeitada se estiver de acordo com a vontade de (uns e alguns) elementos estranhos à população da Crimeia? Onde ficou a prevalência do Direito sobre as vontades hegemônicas de países fortes e opressores? Que desobedecem até mesmo os vetos da própria ONU? Assim, insistimos em repetir que parece óbvio que a vontade que tem que prevalecer - por ser soberana - é a vontade do povo e não de pessoas ou grupos estranhos ao povo que habita a Crimeia. Intromissões externas devem ser obstadas - e rejeitadas - sobre qualquer ângulo. Ponto final."

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