Registralhas 5/5/2014 Antonio Augusto Gouvea Pedroso "Excelente artigo, conciso e esclarecedor (Registralhas - 11/3/14 - clique aqui). Há 30 anos, eu como advogado, titular da Assessoria Fiduciária e Econômica de São Paulo, especializada em renegociação de hipotecas, dadas em garantia de financiamentos imobiliários, empresa credenciada, à época, pela CEF, Nossa Caixa (hoje Banco do Brasil) e bancos privados, concordo plenamente com este texto. Realmente a execução hipotecária é lenta, a judicial demora cerca de seis anos, a extra-judicial (DL 70/66), cerca de seis meses, porém a imissão na posse é lenta, o devedor hipotecário, contando com bons advogados, permanecia no imóvel por vários anos, enquanto inadimplente. A alienação fiduciária, praticamente acabou com a garantia hipotecária; desativei meu escritório, porém, viabilizou o crédito imobiliário, as securitizadoras, os fundos imobiliários, as LCIs e o Programa 'Minha Casa Minha Vida'. Mesmo com a nova garantia, temos que ficar extremamente atentos à 'analise do crédito'. O que gera inadimplência não é só a possibilidade de perder o bem, no curto ou longo espaço de tempo, o que gera a inadimplência é o excessivo endividamento das famílias. Comprar um imóvel sem renda ou com renda insuficiente, contando com os pais, sogros, fraudando o valor final do que sobra por mês, sem declarar que já assumiu dívidas anteriores com a compra de veículos, por exemplo, ou mesmo depois da compra, sou particularmente contrário à atual postura governamental de oferecer cartões de crédito para quem está pagando corretamente suas prestações, para compra de móveis, televisões, até computadores ou tablets, incentivando a compra de veículos em até 60 meses. Esta atitude pode vir a comprometer o retorno dos financiamentos imobiliários. Temos recebido informações não muito claras que nas menores faixas de renda (até R$1.600,00), a inadimplência vem crescendo, a maior credora é a CEF, lembrem-se da crise econômica mundial 2007/2008, que abalou o mercado financeiro. As bolhas imobiliárias surgem com o excesso de crédito, no início todo mundo ganha, comissões, taxas de abertura de crédito, construtoras, porém quando o imóvel passa a valer menos do que a dívida, não há garantia que evite a inadimplência!" Envie sua Migalha