Barbosa x Pacheco

16/6/2014
Fernando Antônio Araújo Oliveira

"A expulsão do advogado ordenada pelo ministro JB foi um desrespeito não só ao advogado como a todos nós advogados, ou seja, um desrespeito à advocacia brasileira, um desrespeito à Democracia (Migalhas 3.387 - 12/6/14 - "Ação e reação" - clique aqui). O advogado sem a palavra é uma sociedade sem vez, sem voz e sem direitos. Não se pode olvidar que o advogado é indispensável à Justiça (art. 133 da CF/88). As nossas prerrogativas na verdade existem em função dos nossos clientes, dos cidadãos que buscam o agasalho do Poder Judiciário. A Tribuna é o lugar reservado para o advogado fazer suas manifestações. A Tribuna deveria ser comparada ao 'escritório' do advogado, local inviolável, intocável. Retirar o advogado da Tribuna constitui um ato de arbitrariedade. As razões que levaram o advogado a pedir questão de ordem são legítimas. Não estou aqui a defender o cliente dele e os atos por ele praticados e sim o direito do advogado em obter uma resposta do Judiciário depois de provocado pelos meios legais. Arrisco a dizer que o ministro JB por sua trajetória de vida se não arrependeu e certamente se arrependerá um dia de ter determinado a expulsão do advogado daquela Tribuna. Ele utilizou de um tipo de 'mordaça' nunca utilizada nem nos piores anos de ditadura vividos em nosso país. Lamento que os advogados presentes não tenham se levantado no momento e se aproximado do advogado que foi expulso e dado a ele o apoio moral necessário de modo até a evitar que os seguranças tocassem nele e o retirassem dali à força. Foi um ato vergonhoso para o nosso Judiciário. Uma mácula que ficará registrada para sempre na história do Supremo Tribunal Federal. Ainda assim não dispenso o meu respeito à trajetória de vida do ministro JB, mas deixo o meu veemente repúdio ao seu ato de força, desnecessário e deselegante."

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