Drogas

5/7/2014
Pedro Luís de Campos Vergueiro

"É frequente a publicação nos jornais de carta (ou apenas trechos daquela enviada) protestando contra a ação policial em manifestações de rua. A tônica é referir-se a um excesso da atuação policial, em razão do uso de gás mostarda, balas de borracha, gás lacrimogêneo, etc., além da exibição de armas de fogo de grande potencial ofensivo (metralhadoras) e dos cassetetes usado na pancadaria que, nem sempre eventual, se segue. Reclama-se, outrossim, que quando os policiais não se fazem presentes, é noticiado que o local, a região são tomados por comerciantes vendedores de drogas e coisas mais. Desconheço se quem reclama pelo excesso é também quem reclama pela ausência; mas, é possível. Quanto às drogas, é patente que neste país seu comércio é absolutamente ilegal. Os médicos, sobretudo psiquiatras, e psicólogos, em sua grande maioria, sejam nacionais ou estrangeiros, são os porta-vozes dos malefícios do uso de drogas, sobretudo porque convivem com usuários, ou tratam de usuários. De um lado, não há droga inofensiva (inclusive a droga imanente da bebida alcoólica é claro); e, de outro lado, as condições física/psíquicas do consumidor é uma incógnita na eventual potencialização dos efeitos da droga, qualquer droga, consumida. E a atividade policial (civil e militar)? Basicamente é (será?) um 'mal' necessário: sua presença em todas as cidades é imprescindível e, daí, as constituições cogitarem de uma entidade organizada e preparada para realizar o policiamento ostensivo e garantir a segurança e higidez dos cidadãos (inclusive a daqueles que protestam contra sua existência e atuação). Há mais de 100 anos sua existência é preconizada constitucionalmente. Ponto: é assim porque revelou-se ser ela uma instituição imprescindível em qualquer país ou lugar do mundo, qualquer que seja o regime político de governo adotado. Se é para reclamar, se é para se opor e exigir respeito, então quem assim pensa, antes de qualquer outra coisa, deve indicar qual é a solução e começar a trabalhar para colocá-la em prática. O crime existe, a baderna existe: que essas pessoas que acham toda e qualquer ação da polícia militar um estorvo à liberdade(!), que é uma droga, que indiquem então como coibir (e punir) o crime, como refrear a baderna de bêbados e outros muito mais violentos, e garantir a segurança dos demais cidadãos. Quem reclama deve ter na mão, penso, a solução politicamente correta para resolver a droga desses problemas. Então que a solução seja revelada para os cidadãos, pois uma droga é realmente uma droga, seja ela qual for. A propósito: é preciso deixar de culpar a imprensa por tudo. A imprensa, nos países democráticos, tem uma finalidade implícita (e necessária) para sua existência: identificar problemas, localizar problemas, exigir atenção para os problemas etc são razões da sua existência. Ninguém pode esquecer qual foi a lição que a imprensa deu ao mundo na divulgação dos casos Calas e Dreyfus, objetos de denúncias veementes por parte de Voltaire e Zola. Enfim, aguardamos a solução alvitrada pelos detratores da atuação da polícia, tanto civil como militar."

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