Artigos - Parcerias Público-Privadas 17/1/2006 Elcio A. Vicente - Advocacia Elcio Vicente "E o tempo passou... Não me recordo com precisão, se em 1968 ou 1969, pois já são decorridos quase 40 anos, na Instituição Toledo de Ensino de Presidente Prudente, quando do início o ano letivo do Curso de Direito, eis que adentra a sala de aula, não passando despercebido, um jovem franzino, mirrado, que no primeiro momento se confundia com os alunos, pois "naqueles tempos" no curso de Direito todos se "assemelhavam", ante a obrigatoriedade, por sinal pertinente, ao uso do paletó e gravata. No entanto, a dúvida logo fora desfeita quando aquele rapazola se dirigiu ao quadro-negro (também, naquele tempo nas salas de aulas existiam as lousas e eram negras) e passou a exposição da matéria. Lembro-me que todos nos entreolhamos e concluímos, obviamente tratar-se de um professor em face a nova matéria para aquele ano letivo. Como se dizia, "de cara" os alunos começaram a colocar-lhe defeitos, pois, jovem como nós, que conhecimento poderia ter, corroborado ao fato de trajar um terno, como comentávamos, provavelmente originário de defunto bem maior, o que provocava o usuário, vez ou outra, com os pulsos tentar suspender a calça, dando-nos a impressão que ela arriaria de vez por ser maior que o manequim (certeza tenho que o Mestre, de tais fatos jamais ficou sabendo). Mas, aquele jovem "magricela", já nos impressionara no primeiro momento, não pelo terno que usava, mas pelos seus conhecimentos. E mais, a cada aula nos impressionava aquele pirralho, além de sua forma didática em expor a matéria, a ousadia que demonstrava, não raramente, quando em alto e bom som afirmava que discordava do Prof. Hely Lopes Meirelles, o Ronaldinho Gaúcho da época no campo do Direito Administrativo. Para nós, jovens, era o máximo a discordância com o festejado Hely Lopes, muitas vezes até mesmo sem entender o porquê da discordância. Mas, a ousadia daquele jovem nos satisfazia. As aulas eram ministradas em fins de semana, quando o professor se dirigia, em verdadeira maratona de São Paulo a Presidente Prudente, para nos transmitir seus conhecimentos. Salvo engano, sua passagem por nossa cidade aconteceu, apenas, por um ano, e, com muita felicidade, por nossa turma (1969). Infelizmente, não mais encontrei aquele professor de Direito Administrativo. Apenas os contatos através de suas excelentes obras e escritos, como o apresentado hoje por Migalhas (1.334 - "PPPs" - clique aqui), onde, também, se insere sua foto, a qual sequer se assemelha (pois o tempo passou) àquele jovem que nos marcou profundamente, quer através de seus ensinamentos, quer por sua personalidade, tão simples, dignificante e exemplar para os jovens da época, e que se alastrou e se alastra até os dias de hoje: Celso Antonio Bandeira de Mello." Envie sua Migalha