Conflito do Oriente Médio

29/7/2014
Francimar Torres Maia

"No Oriente Médio, qualquer conflito é grave. Com efeito, penso que, no Oriente Médio, mais que em qualquer outro lugar, todo conflito é grave. Sua insanidade e seus malefícios agiram no coração ardente do combativo Cleanto, acostumado a não se vergar diante da injustiça, seja ela qual for, esteja onde estiver. Daí o tiroteio cerrado que, com toda a razão, desfechou ao longo do seu belo texto, contra os políticos em geral e especialmente contra os irresponsáveis que respondem por mais esse indesculpável massacre. Certíssimo o articulista ao dizer que, se os governantes e autoridades que estão por trás desses massacres, estivessem na linha de frente, um tiro sequer seria dado. Correta também a constatação de que, 'essas decisões de gabinete, no conforto dos palácios, nos bunquers de guerra, com toda a segurança e proteção, são decisões tomadas por gente covarde', que nunca sentiu o efeito da guerra na própria pele. E, quem está longe e fora dos lamentáveis acontecimentos não pode acreditar piamente nas informações emitidas pelos contendores, pois sempre e só dão notícias que lhes são favoráveis. Assim, ouve-se, de um lado, que há tantos milhares de mortos entre os palestinos. E do outro lado, que as autoridades palestinas obrigam seu próprio povo a servirem de escudo, contra os bombardeios israelenses. Assim como o amigo Cleanto, também pugna pela paz o músico, pianista e maestro Daniel Barenboim, judeu argentino, atualmente cidadão palestino e israelense e, por atos políticos desta natureza, sua voz deveria ser mais ouvida. Ele pensa e diz que, ações como as que vemos atualmente não levarão a aumento algum da segurança de Israel, nem destruirão o Hamas. Por isto, diz Barenboim: 'Não faz sentido que Israel se recuse a negociar com o Hamas ou que se recuse a reconhecer o governo de unidade; não, Israel deve escutar os palestinos que estão dispostos a falar a uma só voz'. Enfim, radicalizar só piora a situação. E, vêm-me a propósito duas expressões que para mim não deveriam existir, não só como expressões em si, como, e principalmente, o que representam. São elas: 'guerra santa' e 'santa inquisição'. Que em vez delas preponderem a paz e a liberdade."

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